Maior surto de "superfungo" candida auris é identificado por cientistas no Brasil

A infecção por Candida auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Estima-se que entre 30% e 60% dos pacientes infectados com o fungo acabam indo a óbito

Por Trago Verdades em 22/01/2023 às 09:54:24

FOTO DE ILLUSTRATION BY SCIENCE PHOTO LIBRARY / ALAMY STOCK PHOTO

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou o que seria o maior surto de candida auris no Brasil. Os 48 casos da doença foram relatados entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022 na capital de Pernambuco, Recife.

A infecção por candida auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Estima-se que entre 30% e 60% dos pacientes infectados com o fungo acabam indo a óbito. Porém, os números podem variar com base em alguns aspectos, como a gravidade da doença e a resistência do patógeno a tratamentos.

Ao todo, nove pessoas foram diagnosticadas com C. auris. Entre os pacientes, estavam sete homens e duas mulheres. Além do surto em Pernambuco, a Anvisa confirmou casos anteriores em Salvador, capital baiana.

Em entrevista à CNN, Manoel Marques Evangelista Oliveira, do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), relatou que a pesquisa tinha como objetivo justamente mapear a doença no Brasil e que os dados do SUS foram fundamentais nisso.

"Um sistema de Saúde Única permite um rápido diagnóstico e observamos que houve um baixo número de óbitos entre esses pacientes. Demonstramos que a presença de candida auris em pacientes não quer dizer necessariamente que eles vão evoluir para o óbito. O fungo pode colonizar o paciente e ainda há medidas para impedir que essa infecção se dissemine nesse paciente", explicou.

Candida auris é recente no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil não havia relato de nenhum caso de infecção por candida auris até janeiro de 2020. O fungo é considerado emergente na escala de ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doenças em humanos em 2009, no Japão.


Fonte: Olhar Digital

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