Em encontro com o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), expressou o desejou de fortalecer o Mercosul, e disse que é possível fazer um acordo com a China. "Concordamos em discutir reformas no Mercosul. O que precisamos fazer para modernizar o Mercosul? Queremos sentar à mesa primeiramente com nossos técnicos, depois com nossos ministros, e finalmente com os presidentes para que a gente possa renovar aquilo que for necessário renovar", declarou em entrevista coletiva conjunta com o presidente uruguaio, que já havia deixado claro sua vontade de ter um bloco mais "modeno, flexível e aberto ao mundo". O uruguaio falou que a conversa com Lula foi produtiva e que ele ficou otimista com a visão apresentada pelo petista. Na terça-feira, 24, Lacalle Pou propôs, que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) impulsione a criação de uma área de livre-comércio regional. "Temos as possibilidades de fazer comércio livremente. Muitas de nossas economias são complementares, e tenho certeza de que poderíamos avançar", argumentou Lacalle Pou, no momento em que seu país está sob pressão no Mercosul após sua decisão de negociar um tratado de livre-comércio (TLC) com a China, que os outros sócios – Brasil, Argentina e Paraguai – veem com receio.
Durante a entrevista, Lula também falou ser possível fazer acordo com a China. "Apesar do Brasil ter na China seu maior parceiro comercial e ter um grande superavit, queremos sentar enquanto Mercosul e discutir com nossos amigos chineses, um acordo Mercosul China". Urugauai tem sido criticado por outros países do bloco por estar fazendo acordos com os chineses. O presidente da Argentina, Alberto Fernádez, chegou a falar em rompimento com outros sócios pelo fato do país estar, supostamente, descumprindo regras do bloco. Contudo, o presidente brasileiro disse entender os questionamentos e decisão de Lacalle. Quero dizer ao presidente e à imprensa uruguaia que os pleitos do presidente Lacalle são mais que justos. Primeiro porque o papel de um presidente é defender os interesses do seu país, os interesses da sua economia e os interesses do seu povo. Segundo porque é justo querer produzir mais e querer vender mais e, por isso, é preciso se abrir o quanto mais possível para o mundo dos negócios", declarou. A viagem de Lula ao Uruguai, foi o segundo trecho da primeira viagem do petista desde que ele assumiu a presidência. Desde domingo, 22, ele estava na Argentina, onde participou da Celac na segunda e terça e falou sobre a possível criação de uma moeda única.
Fonte: Jovem Pan