Sucesso de "M3gan", bilheterias milionárias e musa "brasileira": terror vive ótima fase no cinema

Furor com filme de boneca violenta e desabrochar de Mia Goth, neta da atriz carioca Maria Gladys, turbinam um gênero que vem crescendo cada vez mais em Hollywood

Por Trago Verdades em 29/01/2023 às 08:56:17

Reprodução/Universal Studios

Lançado no meio de janeiro no Brasil, "M3gan" já é um dos principais filmes de terror que chegaram aos cinemas nos últimos anos. O filme conta a história de uma boneca inteligente criada para uma empresa de brinquedos, mas que acaba perdendo o controle para proteger sua "dona" contra qualquer ameaça. Apesar de uma premissa simples — que lembra muito o sucesso dos anos 1980 "Brinquedo Assassino" —, o filme caiu nas graças do público e se tornou um dos grandes sucessos de bilheteria no Brasil neste começo de ano. Segundo dados da ComScore, o longa teve a terceira maior arrecadação do último fim de semana, entre os dias 19 e 22 de janeiro: R$ 7,28 milhões em seu fim de semana de estreia no país. Só foi ultrapassado por "O Gato de Botas 2: O Último Pedido" (R$ 8,51 milhões) e "Avatar: O Caminho da Água" (R$ 9,35 milhões).

O sucesso de "M3gan" reflete o grande momento que o terror vive nos últimos anos. Em 2022, diversos filmes do gênero conseguiram números expressivos de bilheteria e apelo do público. Dentre eles, está "Não, Não Olhe", filme dirigido por Jordan Peele e estrelado por Daniel Kaluuya, repetindo a parceria de sucesso "Corra!" (2017), que arrecadou US$ 171 milhões (aproximadamente R$ 866,9 milhões) em todo mundo. Lançado no meio de 2022, outro sucesso foi "Telefone Preto", longa estrelado por Ethan Hawke que alcançou US$ 160 milhões (equivalente a R$ 811,2 milhões) na bilheteria global. Mas o maior lançamento do gênero foi "Sorria", que arrecadou US$ 216 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão), uma das maiores bilheterias do ano.

Franquias clássicas mantêm relevância

As franquias clássicas de terror também tiveram um ano bom em 2022, com o grande destaque sendo "Pânico 5". Lançado em janeiro do ano passado, em uma época de poucas estreias, o longa agradou ao público e arrecadou US$ 140 milhões (R$ 709 milhões) na bilheteria mundial, fazendo com que uma nova sequência fosse anunciada para este ano. Esperado pelos fãs desde 2018, "Halloween Ends", capítulo final da clássica franquia de terror, não agradou ao público, mas gerou números razoáveis para a produtora, arrecadando US$ 104 milhões (R$ 527 milhões) em todo o mundo. Um filme que não obteve um número final expressivo, mas se destacou em 2022 foi "Aterrorizante 2". Alcançou apenas US$ 14,1 milhões (R$ 71 milhões), mas gerou um grande lucro — custou US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,2 milhão) —, com grande repercussão nas redes sociais.

Filme com neta de atriz brasileira entre os próximos lançamentos

Seguindo a tendência do ano passado, 2023 terá grandes lançamentos de terror ao longo do ano. O primeiro virá logo no dia 2 de fevereiro, com "Batem À Porta", dirigido pela estrela dos filmes de suspense M. Night Shyamalan (de "Sexto Sentido"). Em seguida, chegará aos cinemas o esperado "Pearl", continuação do filme gore (subgênero que explora a violência extrema) "X – A Marca da Morte", um dos grandes sucessos de 2022. O longa é estrelado pela inglesa Mia Goth, neta da atriz brasileira Maria Gladys e nova musa do gênero (também fez "X" e protagonizará "Infinity Pool" e "MaXXXine"). O novo capítulo da saga "Pânico" também chega aos cinemas no começo do ano, trazendo a história pela primeira vez para a cidade de Nova York. Em abril, é a vez de "A Morte Do Demônio", novo capítulo da franquia iniciada na década de 80. No segundo semestre, "A Freira 2" (setembro) e "Jogos Mortais X" (outubro) encerram os grandes lançamentos do terror no cinema.

Ausências nas premiações

Apesar de agradarem ao público, filmes de terror ainda lutam para serem reconhecidos nas grandes premiações, como BAFTA, Globo de Ouro e Oscar. "Não, Não Olhe" ficou de fora até de categorias técnicas nas quais o longa se destacava, como som e efeitos especiais A ausência de Mia Goth por "Pearl" e o esnobe do sucesso gore também incomodaram o público. Em entrevista à "Variety", a atriz disse que a Academia precisa mudar para se reconectar com quem consome cinema. Indicar filmes de terror seria uma boa maneira de atingir esse objetivo, diz ela. "Eu acho que é muito político. Não é inteiramente baseado na qualidade de um projeto em si. Talvez eu não devesse dizer isso, mas acho que é verdade. Muita gente sabe disso. Uma mudança é necessária. Uma mudança deve ocorrer se eles quiserem se envolver com o público em geral. Acho que seria benéfico [indicar filmes de terror]", afirmou a atriz. No passado recente, apenas "Corra!" foi reconhecido, vencendo um Oscar e conquistando outras três indicações em 2018. "Nós" e "Hereditário", que foram aclamados pela crítica e pelo público em 2018 e 2019, respectivamente, não figuraram nas principais premiações, mostrando a tendência de não reconhecimento do gênero. Desde 1929, quando a premiação foi criada, apenas uma produção abocanhou a estatueta mais cobiçada do cinema (melhor filme): "O Silêncio dos Inocentes", em 1992.

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Fonte: Jovem Pan

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