Estados Unidos, Japão e Países Baixos (Holanda) chegaram a um acordo na última sexta-feira: vão bloquear o acesso da China a equipamentos fundamentais para a produção de chips de computador (que hoje são usados em praticamente todos os aparelhos). A medida se soma a restrições anteriores, já impostas pelo governo dos Estados Unidos, que impedem que empresas norte-americanas exportem chips avançados, especialmente os ligados a funções de inteligência artificial, para os chineses. As medidas de agora vão além. Os equipamentos citados no acordo são usados na base da fabricação dos chips, ou seja, são as máquinas responsáveis pela própria fabricação dos processadores.
O acordo da última sexta-feira ainda não foi anunciado oficialmente. O Japão em particular teme a reação do governo de Pequim (as tensões já andam altas na região com as ameaças de invasão de Taiwan, por parte da China. Mas, o encontro que selou o pacto aconteceu com a presença de alguma das principais autoridades dos países, entre elas Jake Sullivan, conselheiro nacional de segurança dos Estados Unidos, e Takeo Akiba, que desempenha papel similar no governo japonês.
As máquinas usadas para fabricar chips estão entre as de tecnologia mais avançado do planeta. Pouquíssimos países e empresas controlam a produção desse tipo de equipamento, que está na base da tecnologia moderna. A China é uma potência quando o assunto é produção de chips, mas não tem tecnologia própria para construir máquinas que fazem esses chips – sempre dependeu da importação desse tipo de equipamento dos Estados Unidos, dos Países Baixos (Holanda) e do Japão, que são os 3 países que controlam a tecnologia. Agora, o acesso dos chineses a esses equipamentos vai ficar bem mais restrito, sujeito a autorizações por parte dos governos desses países.
As máquinas que produzem chips usam processos genericamente chamados de litografia (litography, em inglês). Trata-se, grosso modo, de um sistema de projeção. Uma luz especial é projetada sobre o silício (material mais comum na fabricação de chips). Essa luz passa por um tipo de molde, também chamado de máscara, e, então, "imprime" no silício os padrões necessários e determinados para o tipo de processador que está sendo fabricado. A ASML holandesa é uma das maiores fabricantes dessas máquinas e, atualmente, é detentora quase exclusiva de uma tecnologia ainda mais avançada, chamada de Litografia Ultra-violeta Profunda (Deep ultraviolet litography). Representantes da Nikon afirmaram que ainda não foram notificados pelo governo japonês e que desconhecem o teor do acordo. Representantes da ASML afirmaram que têm conhecimento do pacto, mas que ainda não foram comunicados pelo governo dos Países Baixos.
Fonte: Olhar Digital