Maior editora de revistas científicas proíbe ChatGPT como coautor 

Springer Nature permite uso apenas como ferramenta de escrita

Por Trago Verdades em 29/01/2023 às 16:59:21

Imagem: Shutterstock

O ChatGPT ainda é motivo de curiosidade e impasse. E no mundo acadĂȘmico não é diferente. Enquanto alguns pesquisadores estão incorporando o uso da inteligĂȘncia artificial em seu trabalho, outros pedem limites.

A Springer Nature, principal editora de revistas cientĂ­ficas do mundo, estĂĄ nesse segundo grupo. Em entrevista ao portal The Verge, a editora-chefe do periódico, Magdalena Skipper, anunciou a decisão de proibir a listagem do ChatGPT e outras tecnologias do tipo como coautores de estudos cientĂ­ficos: "Esta nova geração de ferramentas realmente explodiu na comunidade, que estĂĄ animada e brincando com ela. Mas [também] usando-as de maneiras que vão além de como elas podem ser genuinamente usadas no presente".

A revista, contudo, não proibiu totalmente o ChatGPT e outras IAs. Os pesquisadores poderão ter esse auxĂ­lio para escrever e para gerar ideias – desde que essa contribuição seja divulgada. A Springer Nature apenas não darĂĄ a permissão para que esses bots tenham o status de pesquisador. Em outras palavras, não poderão ser apresentados como coautores: "Quando pensamos em autoria de artigos cientĂ­ficos, de trabalhos de pesquisa, não pensamos apenas em escrevĂȘ-los", afirma Magdalena Skipper. "Existem responsabilidades que vão além da publicação e, certamente, no momento, essas ferramentas de IA não são capazes de assumir essas responsabilidades."

Se aprofundando nessa ideia, um software como esse:

  • não pode ser responsabilizado por uma publicação;
  • não pode reivindicar direitos de propriedade intelectual de seu trabalho;
  • não pode se corresponder com outros cientistas e nem com a imprensa para explicar ou responder a perguntas.

Skipper avalia, inclusive que proibir ferramentas de IA no trabalho cientĂ­fico seria ineficaz. "Acho que podemos dizer com segurança que a proibição total de qualquer coisa não funciona". Em vez disso, para ela, a comunidade cientĂ­fica – incluindo pesquisadores, editores e organizadores de conferĂȘncias – precisa se unir para elaborar novas normas de divulgação e proteções de segurança.

Fonte: Olhar Digital

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