O ChatGPT ainda é motivo de curiosidade e impasse. E no mundo acadêmico não é diferente. Enquanto alguns pesquisadores estão incorporando o uso da inteligência artificial em seu trabalho, outros pedem limites.
A Springer Nature, principal editora de revistas científicas do mundo, está nesse segundo grupo. Em entrevista ao portal The Verge, a editora-chefe do periódico, Magdalena Skipper, anunciou a decisão de proibir a listagem do ChatGPT e outras tecnologias do tipo como coautores de estudos científicos: "Esta nova geração de ferramentas realmente explodiu na comunidade, que está animada e brincando com ela. Mas [também] usando-as de maneiras que vão além de como elas podem ser genuinamente usadas no presente".
A revista, contudo, não proibiu totalmente o ChatGPT e outras IAs. Os pesquisadores poderão ter esse auxílio para escrever e para gerar ideias – desde que essa contribuição seja divulgada. A Springer Nature apenas não dará a permissão para que esses bots tenham o status de pesquisador. Em outras palavras, não poderão ser apresentados como coautores: "Quando pensamos em autoria de artigos científicos, de trabalhos de pesquisa, não pensamos apenas em escrevê-los", afirma Magdalena Skipper. "Existem responsabilidades que vão além da publicação e, certamente, no momento, essas ferramentas de IA não são capazes de assumir essas responsabilidades."
Se aprofundando nessa ideia, um software como esse:
Skipper avalia, inclusive que proibir ferramentas de IA no trabalho científico seria ineficaz. "Acho que podemos dizer com segurança que a proibição total de qualquer coisa não funciona". Em vez disso, para ela, a comunidade científica – incluindo pesquisadores, editores e organizadores de conferências – precisa se unir para elaborar novas normas de divulgação e proteções de segurança.
Fonte: Olhar Digital