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Banco Central

Copom deve optar pela manutenção da Taxa Selic em 13,75% na primeira reunião do ano, afirmam especialistas 

Avaliação dos profissionais aponta grande expectativa para o tom da ata oficial e atualizações sobre o balanço de risco projetado pela instituição para a inflação


Charles Sholl/Futura Press/Folhapress

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realiza sua primeira reunião do ano entre 31 de janeiro e 1º de fevereiro para definir o rumo da taxa básica de juros. No último encontro de 2022, o grupo decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez consecutiva, Para especialistas do mercado financeiro, em um primeiro momento, o Copom deve optar pela manutenção da taxa básica de juros no mesmo patamar, estabelecido em agosto. Essa é aposta da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) que acredita que, apesar de terem ocorrido algumas alterações no balanço de riscos desde o último encontro, esses movimentos não são suficientes para requerer uma mudança nas diretrizes da política monetária delineadas em dezembro. Para Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC, o teor da comunicação e a sinalização do Copom devem ser mantidos no que tange às recentes mensagens para a política monetária. "Em relação à última ata, devem ser feitas as atualizações do seu balanço de risco para a inflação e de seu cenário de referência. Adicionalmente, deve-se ratificar a posição de cautela e perseverança na manutenção da taxa meta Selic em patamar contracionista até que se assegure a convergência da inflação e ancoragem das expectativas em torno das metas", afirma. Analista de renda fixa da plataforma de investimentos TC, Jaqueline Benevides pondera que o cenário para este ano e, até mesmo para os anos seguintes, ainda é bastante incerto devido à quantidade de discussões fiscais que ainda deve ocorrer. "Para essa primeira reunião do ano, esperamos mais um resultado de manutenção, ou seja, sem movimento algum da Selic para cima ou para baixo. O importante será qual tom virá na ata após a reunião, afinal estamos desancorados da meta da inflação e o Banco Central precisa ancorar o vilão que é a inflação", observa. A mesma visão é compartilhada por Lucas Seixas, cofundador e CEO da InvestAI. "O resultado da reunião do Copom não deverá ter surpresas. A expectativa é que a taxa básica de juros se mantenha no mesmo patamar de 13,75% ao ano. O que precisamos ficar atentos é se o Banco Central irá manter sua postura crítica sobre a efetividade do plano de ajuste fiscal do governo Lula. Isso poderá nos mostrar se a relação entre o governo Lula e o BC será tensa", pontua.

Os economistas da XP Investimentos Caio Megale e Tatiana Nogueira analisam que os dados desde o último Copom mostram sinais mistos para a dinâmica inflacionária. "Acreditamos que o Copom não alterará muito seu balanço de riscos para a inflação. É provável que ele utilize a comunicação oficial para revelar preocupação com o recente aumento das expectativas de inflação de médio prazo, revelado pela Pesquisa Focus do BCB. Continuamos a ver a inflação de curto prazo em uma tendência baixista. A desinflação global e a desaceleração da economia doméstica devem manter a inflação ao consumidor em trajetória de queda. No entanto, a expansão fiscal sinalizada pela emenda constitucional aprovada recentemente já pressiona as expectativas de inflação, aumentando o desafio da política monetária. Esperamos que o Copom reforce este risco em sua comunicação oficial esta semana. Considerando essas duas forças opostas, prevemos que o Copom manterá a taxa Selic nos atuais níveis contracionistas ao longo deste ano, de forma a compensar a política fiscal expansionista. Vemos uma tensão crescente entre o Banco Central e o Poder Executivo este ano. À medida que a atividade econômica perde fôlego e a dinâmica da dívida pública piora, a pressão sobre o BC para corte de juros tende a aumentar. Acreditamos que a discussão sobre o aumento da meta de inflação ganhará força ao longo do ano", declara a dupla.

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