Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, foi extremamente criticado por ser expulso e chutar um microfone na vitória diante do Flamengo, na decisão da Supercopa do Brasil, no último sábado, 28, em Brasília. Detonado por alguns jornalistas, o técnico também foi alvo de uma nota da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Após o triunfo sobre o Mirassol, o português tratou de dar uma resposta. Apesar de admitir que precisa melhorar seu comportamento à beira do gramado, o comandante do Verdão afirmou que não cometeu nenhuma infração inédita, citando até Ayrton Senna, ex-piloto de Fórmula 1, como exemplo. Para Abel Ferreira, o exagero nas críticas se deve ao alto número de títulos conquistados desde que chegou ao Brasil — ao todo, o lusitano e sua comissão técnica já levantaram sete taças, sendo duas vezes a da Copa Libertadores da América.
"Infelizmente, não é a primeira, nem segunda e nem terceira vez que isso acontece. E vem de pessoas que têm cargos importantes e de influência no futebol brasileiro. Em relação ao meu comportamento no jogo. Eu já disse, estou aqui para ganhar. Eu gosto de competir. Digo para os meus jogadores que é preciso fazer o que for preciso para ganhar. E eu também faço, dentro das regras. Futebol é um jogo de regras para mim e para os jogadores. Quem transgredir as regras, é punido. Foi o que aconteceu. O treinador do Palmeiras transgrediu as regras e punido. Quando olho para isso tudo, penso assim. O brasileiro vive em um país que gosta de novelas. Que belo enredo acharam aqui para fazer uma novela para calar e esconder o grande título, e inédito, que o Palmeiras ganhou. Desculpa, o que eu fiz, outros treinadores já fizeram", declarou Abel Ferreira, em entrevista coletiva.
"Eu reconheço que meu comportamento passou dos limites, por isso fui punido. Reconheço que é um processo que tenho que melhorar. Mas não foi nada que outros treinadores já não tenham feito. Quiseram valorizar o meu comportamento em vez de valorizar a classe e categoria do grande espetáculo que houve, entre duas grandes equipes. Não fiz nada que o Guardiola não tenha feito, que o Klopp, Mourinho, Roger Federer, Ayrton Senna e (Alain) Prost, disputando um título e batendo um no outro", continuou. Nas críticas, Abel Ferreira chegou a ser comparado com o goleiro Bruno, ex-Flamengo, condenado por matar Eliza Samúdio. O treinador também foi apontado por incentivar a violência doméstica com a sua postura dentro de campo.
Fonte: Jovem Pan