Esquilos da espécie esquilo-do-ártico são animaizinhos que entram em hibernação por até nove meses ao longo de um ano. Nesse estado, eles conseguem reduzir o metabolismo a ponto da temperatura corporal cair para abaixo de zero. Tudo sem sofrer os efeitos colaterais normais, como congelar e perder massa muscular ou óssea.
Essa capacidade está sendo acompanhada de perto por pesquisadores da NASA interessados em proteger a saúde dos astronautas em missões espaciais de longa duração. Muito porque a microgravidade acaba sendo responsável por uma ampla gama de problemas decorrentes do não uso ativo do corpo humano – como justamente, a perda muscular, a perda óssea e a degradação de órgãos.
Na hibernação, as células dos esquilos (e dos animais homeotérmicos que vivem em regiões temperadas e árticas) param de se dividir e a frequência cardíaca diminui para cerca de dois batimentos por minuto. E quando chega a hora de acordar, praticamente, nenhum efeito colateral substancial é sentido.
Algo nesse sentido está na ideia da NASA de induzir por meio de medicamentos a hibernação em futuros viajantes espaciais. Protegendo eles, inclusive, da chamada "febre da cabine", da radiação ionizante e dos problemas relacionados à microgravidade.
Em vez de ficar sentada por meses em uma minúscula cápsula a caminho de Marte, por exemplo, consumindo comida, água e ar – além de, gradualmente, ficar definhando por não fazer uso ativo do corpo – uma parte da tripulação poderia ser colocada em hibernação. Ou seja, ficaria sem precisar comer e beber, respirando o mais "economicamente" possível.
Então, ao final da viagem espacial, os hibernados acordariam com ossos e músculos em uma condição muito melhor do que a dos colegas que ficaram acordados. E essa proposta dos pesquisadores da NASA também pensa nas pessoas aqui na Terra.
O estado de hibernação induzida por medicamentos poderia ajudar na hora de proteger pacientes que sofrem de condições delicadas, como ataques cardíacos e derrames. Hibernados, eles teriam o metabolismo beneficiado até serem levados a um hospital para os devidos cuidados.
Fonte: Olhar Digital