A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou nesta segunda-feira, 13, um pedido na Justiça Federal do Distrito Federal para condenação definitiva de acusados de financiar os atos de 8 janeiro, em BrasĂlia, quando as sedes dos trĂȘs Poderes foram invadidas e depredadas. O órgão solicita que a ação cautelar que determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 20,7 milhões dos acusados de financiar o fretamento de ônibus, seja convertida em ação civil pĂșblica para proteção do patrimônio pĂșblico e os envolvidos sejam condenados em definitivo. O pedido de condenação é o primeiro apresentado pela AGU e inclui 54 pessoas fĂsicas, trĂȘs empresas, uma associação e um sindicato. Na ação, o órgão fala em configuração de ato ilĂcito "quando o titular de um direito (no caso em especĂfico o direito à livre manifestação e reunião pacĂfica), ao exercĂȘ-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, nos termos do art. 187 do Código Civil". Segundo a AGU, "num regime democrĂĄtico, como no sistema brasileiro, contraria os costumes da democracia e a boa-fé a convocação e financiamento de um movimento ou manifestação com intento de tomada do poder, situação essa que evidencia a ilicitude do evento ocorrido".
O órgão afirma ainda que os acusados tinha conhecimento que o movimento organizado poderia "ocasionar o evento tal como ocorrido", em referĂȘncia à depredação e invasão da Praça dos TrĂȘs Poderes, uma vez que as convocações jĂĄ faziam "referĂȘncia expressa a desĂgnios de atos não pacĂficos (ou de duvidosa pacificidade) e de tomada de poder, fato que demonstra uma articulação prévia ao movimento com finalidade não ordeira, sendo o financiamento do transporte um vetor primordial para que ele ganhasse corpo e se materializasse nos termos ocorridos". O valor de R$ 20,7 milhões é baseado em cĂĄlculos para recuperação de prejuĂzos causados aos prédios do Supremo Tribunal Federal, PalĂĄcio do Planalto, Câmara dos Deputados e Senado Federal. No total, quatro ações jĂĄ foram apresentadas pela AGU contra acusados de financiar ou participar ativamente dos atos de 8 de janeiro. Em trĂȘs delas, a Justiça jĂĄ terminou o bloqueio de bens dos envolvidos para, em caso de condenação, os valores sejam utilizados para recuperação do patrimônio pĂșblico. As quatro ações somam 178 pessoas fĂsicas, além de duas empresas, uma associação e um sindicato.
Fonte: Jovem Pan