Após uma reunião de urgĂȘncia, a Organização Mundial da SaĂșde (OMS) confirmou o surto do vĂrus de Marburg na Guiné Equatorial e obrigou o paĂs africano a declarar estado de alerta sanitĂĄrio. O microrganismo, um dos mais perigosos do mundo, é da mesma famĂlia do Ebola e tem uma taxa média de mortalidade de 50% — podendo chegar a 88%, a depender da variante do vĂrus.
Em um comunicado enviado à agĂȘncia de notĂcias Lusa, o Ministério da SaĂșde da Guiné Equatorial disse ter detectado uma "situação epidemiológica atĂpica" em distritos de Nsok Nsomo, depois da morte de pessoas com sintomas de febre, fraqueza, vômitos e diarreia com sangue. O vĂrus foi confirmado por meio de amostras enviadas para anĂĄlise no Senegal.
O vĂrus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rĂĄpida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergĂȘncia pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vĂrus o mais rapidamente possĂvel.
Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.
Essa não é a primeira vez que um surto do vĂrus acontece na região africana. Em 2004, 90% das 252 pessoas infectadas morreram em Angola. Em 2022, duas mortes pelo vĂrus foram relatadas em Gana. Também jĂĄ houve surtos esporĂĄdicos em Guiné-Conacri, RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo, QuĂȘnia, África do Sul e Uganda.
O vĂrus de Marburg, conhecido como "primo" do Ebola, é transmitido de morcegos para primatas e seres humanos. Entre humanos, o contĂĄgio ocorre por meio de fluidos corporais de pessoas infectadas ou por superfĂcies e materiais, como roupas de cama.
Entre um dos principais sintomas estĂĄ a febre hemorrĂĄgica, além de dor de cabeça, dor abdominal, nĂĄuseas, vômitos e problemas respiratórios superiores (tosse, dor torĂĄcica, faringite).
O vĂrus leva o nome de uma pequena cidade da Alemanha, onde o vĂrus foi documentado pela primeira vez, em 1967. Na época, ele causou surtos simultâneos da doença em laboratórios de Marburg e em Belgrado, antiga IugoslĂĄvia (hoje Sérvia). Sete pessoas morreram expostas ao vĂrus enquanto realizavam pesquisas.
Ainda não hĂĄ vacinas ou medicamentos autorizados para a doença. O tratamento fica concentrado em aliviar os sintomas e, assim, aumentar as chances de sobrevivĂȘncia.
Fonte: Olhar Digital