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Livraria Cultura consegue suspender temporariamente decreto de falência

Empresa entrou com recurso alegando cumprir demandas do processo de recuperação judicial; desembargador suspendeu medida para que pedido seja analisado


SAULO DIAS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar suspendendo o decreto de falência da Livraria Cultura nesta quinta-feira, 16. A empresa havia recorrido à decisão na última quinta-feira, 9, alegando que teve dificuldade em honrar alguns compromissos financeiros previstos no plano de recuperação judicial, mas conseguiu colocar as contas em dia. O desembargador J.B, Franco de Godoi concedeu a suspensão da medida para que o recurso da empresa seja analisado. "Os efeitos da convolação da Recuperação Judicial em Falência são irreversíveis, sendo necessário reexame mais acurado do acervo probatório que lastreia a r. Sentença", escreveu o magistrado. A falência da Livraria foi decreta após o juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, observar que a companhia não conseguiu seguir seu plano de recuperação judicial e que a empresa estava prestando informações incompletas durante o processo. O jurista reconheceu a importância da rede na economia e promoção da cultura do país, mas apontou suspeitas de fraude na condução do negócio, a partir de transações financeiras realizadas por sócios da empresa. Além disso, a companhia falhou em pagar credores e efetuar o pagamento de créditos trabalhistas.

Em resposta, a Livraria Cultura confirmou que teve dificuldade em honrar alguns compromissos financeiros previstos no plano de recuperação, devido aos impactos da pandemia e a situação financeira do país, mas conseguiu colocar as contas em dia. Contudo, informou que ainda existe uma dívida em atraso com o Banco do Brasil, que está sendo renegociada diretamente com a instituição. A equipe de defesa da livraria afirmou que foram pagos mais de R$ 12 milhões a aproximadamente 3 mil credores nos últimos quatro anos e que a empresa possui condições financeiras para manter suas operações. Além disso, a avaliação do grupo é que a recuperação judicial traria mais benefícios para os credores do que a falência da companhia. A decisão judicial gerou uma resposta de parceiros e fornecedores do setor literário. Editoras iniciaram um processo de retirada de livros das estantes da loja localizada no Centro de São Paulo. O movimento ocorreu porque, com o decreto de falência, a administradora judicial poderia fechar as lojas. Com isso, houve receio de que as editoras não conseguissem recuperar seus estoques.

Jovem Pan

Economia Falência Livraria Cultura Recuperação Judicial São Paulo Tribunal De Justiça

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