Desmatamento bate recorde para fevereiro - e o mês ainda não acabou

Áreas devastadas na Amazônia Legal são as maiores desde 2015, início da série histórica

Por Trago Verdades em 24/02/2023 às 02:49:23

Montagem Fotos: FABIO RODRIGUES POZZEBOM (AGÊNCIA BRASIL ) e Divulgação/Operação Verde Brasil

Fevereiro ainda não terminou e os alertas de desmatamento na Amazônia Legal já bateram recorde para o mês. Os dados, divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira, 24, mostram que 209 quilômetros quadrados (km²) foram desmatados até o dia 17 de fevereiro — a maior marca para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2015.

O Inpe disponibiliza às sextas-feiras os dados da semana anterior. Os números do mês de fevereiro serão fechados na próxima semana, em 3 de março.

O monitoramento das áreas é feito pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), alertando tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação, com extração ou queimadas.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área total de oito Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

De acordo com os dados do Inpe, os Estados que mais desmataram em fevereiro, até o dia 17, são Mato Grosso (129 km²), Pará (34 km²) e Amazonas (23 km²).

Vejas as áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em fevereiro, entre 2015 e 2023, conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe:

2016 — 115 km²

2017 — 101 km²

2018 — 146 km²

2019 — 138 km²

2020 — 186 km²

2021 — 123 km²

2022 — 199 km²

2023 — 209 km² (até 17/2)

Em janeiro, os dados do Inpe mostraram queda do desmatamento na região. Os alertas foram para 167 km², o que representava uma queda de 61%, em relação ao mesmo período de 2022. Porém, técnicos afirmaram que o número poderia não corresponder à realidade, em razão de maior cobertura de nuvens no período, que impediram a verificação completa do desmatamento.

"A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela, pois a cobertura de nuvem registrada nesse período é a maior dos últimos seis anos para o início do ano. A cobertura de nuvem pode aumentar o tempo de detecção pelo Sistema Deter, que usa imagens de satélites com sensores ópticos", disse Daniel Silva, especialista em conservação ambiental, em entrevista ao G1.

O governo Lula ainda não se pronunciou sobre o triste recorde. Tanto o presidente quanto petistas e aliados do partido sempre foram críticos da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. Em debate promovido pela TV Globo, durante a campanha, Lula disse que a administração de seu antecessor estava "desmatando" a Floresta Amazônica.

Fonte: Revista Oeste

Comunicar erro

Comentários