Moro critica Cunha, defende reforma no STF e diz que âncora do governo Lula "vai afundar o país"

O senador explicou por que apoiou Bolsonaro mesmo após rompimento e relembrou sua atuação na Lava Jato: "No Brasil, vão para cima de quem tenta fazer a engrenagem funcionar"

Por Trago Verdades em 06/03/2023 às 16:18:23

Reprodução Jovem Pan News

Nesta segunda-feira, 6, o programa Pânico recebeu o senador Sergio Moro. Em entrevista, ele falou sobre o novo governo Lula e afirmou ser favorĂĄvel a uma reforma no STF. "A gente sabe que vai ser difĂ­cil. Agora, é âncora para deixar o paĂ­s para trĂĄs, não avançar ou para afundar", disse o ex-ministro sobre a âncora fiscal prometido pela equipe de Fernando Haddad. A vantagem de fazer oposição, muitas vezes, é que é mais fĂĄcil que a situação em que vocĂȘ tem que apresentar o resultado", disse. "O Supremo é o que a gente tem discutido lĂĄ no Senado. Eu acho que precisa, sim, revisitar o Supremo, sem entrar naquele espĂ­rito bélico contra os ministros. Mandato de 12 anos. Pensar em diminuir os pesos das decisões de um só ministro, às vezes uma decisão suspende uma lei do Congresso."

Recentemente, durante uma entrevista ao próprio Pânico, Eduardo Cunha fez crĂ­ticas à entrada de Moro na polĂ­tica e à Operação Lava Jato. O ex-juiz rebateu as falas do deputado federal. "A gente tem que lutar nem que tenha esses remédios, esses retrocessos. Tem que insistir, porque a gente quer viver num paĂ­s que seja mais decente. A pessoa fala: "VocĂȘ não devia ter saĂ­do da magistratura". Houve uma reação polĂ­tica, quem são os culpados por esse retrocesso? A gente tem que ver lĂĄ quem anulou a decisão. Sempre mantive essa linha de coerĂȘncia e vou mantĂȘ-la", afirmou. "Processo penal tem que ser assim. O cara cometeu um crime, tem que pagar. Esse que é o mundo civilizado. No Brasil, ao em vez de pôr a culpa em quem é o responsĂĄvel por fazer com que as engrenagens não funcionem, vão para cima de pessoas que tentam fazer a engrenagem funcionar."

Moro ainda comentou sobre sua passagem pelo Ministério da Justiça e afirmou que entrou na polĂ­tica em busca de polĂ­ticas técnicas para a segurança pĂșblica. "A minha percepção foi a de que eu seria um técnico, como era Paulo Guedes. Era assim que foi tratado pela imprensa, inclusive foi elogiada minha ida. Quando o caminho daquilo que eu acreditava foi cortado no governo, eu saĂ­. Mantive a minha coerĂȘncia", refletiu o senador.

Moro ainda rebateu as crĂ­ticas sobre o apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, mesmo depois de ter deixado o governo. "Entendia que era melhor para o paĂ­s a opção do Bolsonaro, ainda que eu não tenha retirado nenhuma das minhas crĂ­ticas, ainda que eu tenha minhas pautas próprias. Não estou feliz com esse novo governo. Qual é a resposta que nós temos? Fazer oposição. Sim, é o que eu vou fazer lĂĄ no Congresso."

Fonte: Jovem Pan

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