O ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu que as redes sociais devem ser responsabilizadas por agirem como tribunais. A fala ocorreu durante um evento sobre o tema na Fundação GetĂșlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 13. Durante a palestra, Mendes também questionou a se as redes sociais devem ser considerado espaços pĂșblicos ou privados. "HĂĄ uma compreensão cada vez mais intensa de que a participação nas mĂdias sociais se afigura elemento essencial para o exercĂcio das liberdades individuais. Esse diagnóstico coloca em debate até que ponto as redes sociais são espaços verdadeiramente privados ou se mais se aproximariam a ĂĄreas pĂșblicas de circulação de conteĂșdo", falou o magistrado. Mendes argumenta que as redes sociais possuem o poder de decidir sobre a exclusão ou não de conteĂșdos e até de usuĂĄrios. "As plataformas digitais atuam como verdadeiros tribunais, considerando que elas tĂȘm poder de decidir sobre a exclusão ou a manutenção de conteĂșdos e participantes da rede, sem qualquer interferĂȘncia de órgão administrativo ou judicial", complementou.
Mendes destacou ainda que hĂĄ "demarcação" de discursos ilĂcitos na "tutela penal". "A demarcação da ilicitude de um conteĂșdo online possui Ăntima relação com a tutela penal jĂĄ existente. A tipificação de crimes contra o Estado democrĂĄtico de Direito é exterior e precede qualquer iniciativa regulatória. Não se trata de regular isso especificamente para a internet", comentou. O magistrado reforçou a importância da discussão do tema e que empresas que se recusam a discutir a responsabilização devem excluĂdas do debate. "Chegou a hora de colocar sob ressalva as posições daqueles que não estão abertos a discutir novas formas de responsabilidade para as plataformas digitais. As condições para o exercĂcio da democracia online parecem ser vivamente dependentes da criação de deveres positivos ainda que procedimentais para o funcionamento das plataformas", concluiu.
Fonte: Jovem Pan