"Plataformas digitais atuam como verdadeiros tribunais", diz Gilmar Mendes, que apoia a censura

Sedento por calar opositores, magistrado ainda questionou se redes sociais devem ser consideradas espaços públicos ou privados

Por Trago Verdades em 13/03/2023 às 14:20:31

Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu que as redes sociais devem ser responsabilizadas por agirem como tribunais. A fala ocorreu durante um evento sobre o tema na Fundação GetĂșlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 13. Durante a palestra, Mendes também questionou a se as redes sociais devem ser considerado espaços pĂșblicos ou privados. "HĂĄ uma compreensão cada vez mais intensa de que a participação nas mĂ­dias sociais se afigura elemento essencial para o exercĂ­cio das liberdades individuais. Esse diagnóstico coloca em debate até que ponto as redes sociais são espaços verdadeiramente privados ou se mais se aproximariam a ĂĄreas pĂșblicas de circulação de conteĂșdo", falou o magistrado. Mendes argumenta que as redes sociais possuem o poder de decidir sobre a exclusão ou não de conteĂșdos e até de usuĂĄrios. "As plataformas digitais atuam como verdadeiros tribunais, considerando que elas tĂȘm poder de decidir sobre a exclusão ou a manutenção de conteĂșdos e participantes da rede, sem qualquer interferĂȘncia de órgão administrativo ou judicial", complementou.

Mendes destacou ainda que hĂĄ "demarcação" de discursos ilĂ­citos na "tutela penal". "A demarcação da ilicitude de um conteĂșdo online possui Ă­ntima relação com a tutela penal jĂĄ existente. A tipificação de crimes contra o Estado democrĂĄtico de Direito é exterior e precede qualquer iniciativa regulatória. Não se trata de regular isso especificamente para a internet", comentou. O magistrado reforçou a importância da discussão do tema e que empresas que se recusam a discutir a responsabilização devem excluĂ­das do debate. "Chegou a hora de colocar sob ressalva as posições daqueles que não estão abertos a discutir novas formas de responsabilidade para as plataformas digitais. As condições para o exercĂ­cio da democracia online parecem ser vivamente dependentes da criação de deveres positivos ainda que procedimentais para o funcionamento das plataformas", concluiu.

Fonte: Jovem Pan

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