Após fala de Lula sobre desejo de vingança contra Moro, PF deflagra operação contra planos do PCC para eliminar ex-juiz

Outros servidores do Distrito Federal, além de Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná eram alvos dos criminosos

Por Trago Verdades em 22/03/2023 às 12:16:14

Montagem fotos: CHARLES PLATIAU (REUTERS)/RAFAEL MARCHANTE (REUTERS)/Jorge Santos (Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 22, uma operação contra membros do PCC, facção criminosa que tinha planos de matar servidores públicos e autoridades no Distrito Federal e em mais quatro Estados: Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

O senador Sergio Moro (União-PR) é um dos alvos dos criminosos. Em uma postagem no Twitter, o ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro confirmou ser um dos alvos e adiantou que o plano provém da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação vem menos de 24 horas depois de o Presidente Lula, durante uma entrevista ao portal Brasil 247, sob risos de jornalistas, afirmar que durante período na prisão, dizia que "só vai estar bem quando eu foder esse Moro". A fala caiu mal diante da ação da Polícia Federal, que revelou planos da facção criminosa. Coincidência, deve ser.

O plano foi descoberto ainda em outubro e o próprio Moro foi informado em janeiro sobre o risco de virar alvo de um atentado por parte de integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A partir daí, o senador reforçou sua segurança pessoal e a de familiares. Os investigados alugaram imóveis em locais estratégicos, inclusive um escritório ao lado de endereços usados por Moro, para monitoramento de sua rotina.

Ontem, o senador reagiu a declarações do presidente Lula ao site Brasil247 na tentativa de retaliação à condenação na Lava Jato. "Eu fiquei chocado com a fala, um linguajar todo inapropriado para um presidente, e eu fico pensando o que o presidente aprendeu nesse período. Devia fazer uma reflexão e evitar todos aqueles escândalos de corrupção que aconteceram no governo do PT. Aparentemente, ele aprendeu apenas o linguajar da cadeia", afirmou ao site O Antagonista. No Twitter, Dino comentou a operação: "Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha".

De acordo com informações preliminares da Polícia Federal, os criminosos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.

Outro alvo do grupo era o promotor Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Há anos, ele investiga líderes do PCC e atua com a segurança pessoal reforçada.

Quanto a Moro, o motivo do plano de assassinato seria sua atuação como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Naquele período (2019 a 2020), o ex-juiz determinou a transferência do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. Com o isolamento dos líderes o objetivo era enfraquecer as organizações criminosas. Na época, ele também baixou uma portaria que restringiu visitas íntimas nos presídios federais e esse seria um dos motivos para a retaliação.

O Ministro da Justiça, Flávio Dino, em 25 de janeiro deste ano, durante entrevista a veículos da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), divulgou ação do governo Federal que autorizou a transferência de Marcola para um presídio mais próximo do centro do poder em Brasília, alegando risco de fuga do criminoso.


Com informações da Revista Oeste e Jovem Pan

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