"Se eles vêm com metralhadora, temos de ter tanque de guerra", diz Moro sobre combate ao crime organizado

Após plano para matá-lo ter sido descoberto, senador disse que falas de Lula colocam ele e sua família em risco e pediu "mais que um gesto" de seus adversários em Brasília

Por Trago Verdades em 22/03/2023 às 18:44:21

FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O senador Sergio Moro (União-PR) fez uso da palavra nesta quarta-feira, 22, no plenĂĄrio do Senado Federal, para se manifestar a respeito da Operação Sequaz, da PolĂ­cia Federal, que desarticulou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) que visava o assassinato de autoridades e polĂ­ticos, dentre eles o próprio parlamentar. Em seu discurso, o ex-juiz falou em "fato lamentĂĄvel" e disse o plano era uma "forma de retaliação do trabalho que fizemos como juiz e como ministro da Justiça", durante do governo Bolsonaro, citando o "isolamento de lideranças do PCC e a transferĂȘncia para presĂ­dios federais". "Ou nós enfrentamos [o crime organizado], ou quem vai pagar vai ser as autoridades e a sociedade. Não podemos nos render."

"Não podemos retroceder. Se eles vem pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar o revólver. Se eles usam revólver, temos que usar uma metralhadora. Se eles vĂȘ com uma metralhadora, nós temos que ter um tanque de guerra ou carro de combate. Não em sentido literal, mas precisamos reagir a ações do crime organizado", completou. Moro mencionou ter sido informado no final de janeiro deste ano pelo Ministério PĂșblico de São Paulo de que "havia um planejamento do PCC para cometer ataques contra mim e contra minha famĂ­lia". Segundo ele, os fatos jĂĄ haviam sido relatos aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que disponibilizaram "a segurança necessĂĄria".

Com isso, ele defendeu que o Legislativo responda com o endurecimento da legislação, citando seu Projeto de Lei 1.307/2023, para ampliar a ampliar a proteção dos agentes pĂșblicos. "Estamos assistindo atônitos esses ataques à população civil no Rio Grande do Norte, ataques que tem caracterĂ­sticas terroristas, não são próprios de organizações criminosas. E os fatos de hoje revelam uma ousadia assustadora. Desconheço na história da RepĂșblica o planejamento de organizações criminosas contra promotor do caso, mas especialmente contra um senador (…) Precisamos reagir às ações do crime organizado. E como o Senado deve reagir? Com leis para proteger não apenas as autoridades, mas os cidadãos", defendeu o senador. Sergio Moro recebeu manifestações de solidariedade de outros parlamentares da Casa Alta, que concordaram em discutir propostas para endurecer as leis atuais.

Fonte: Jovem Pan

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