O Brasil ficou em primeiro lugar no índice de burocracia da América Latina d2 2022 e é o país onde as micro e pequenas empresas gastam menos tempo para lidar com questões burocráticas, uma média de 180 horas por ano, ou 22 dias úteis com oito horas diárias para lidar com trâmites que a legislação impõe, como, por exemplo, a declaração do imposto de renda. Micro e pequenas de 11 países da América Latina chegam a gastar mil horas por ano só para resolver questões burocráticas. Em média, as empresas gastam 550 horas por ano, de 20% a 40% do tempo de trabalho. A maioria do tempo é concentrado em resolver problemas relacionados a gestão de operações. Depois vem a administração do trabalho e em terceiro lugar a atividade produtiva da empresa. A Venezuela ficou em lugar do ranking, com uma média de 1.062 horas, o equivalente a 44 dias contínuos ou 133 dias úteis.
Acácio Miranda da Silva Filho, doutor em direito constitucional pelo IDP do Distrito Federal, diz que foram considerados aspectos como abertura de empresa, burocracia aduaneira, tributária e assim por diante. "Todos aqueles aspectos ligados ao poder público e que diferem e tornam um país menos atrativo, em termos de investimento, são levados em consideração como índice burocráticos. Quando nós olhamos para a situação da América Latina como um todo, é notório que há uma dificuldade em todos os países, especialmente quando comparados com os países da América do Norte, especialmente os Estados Unidos, e especialmente quando comparados com países da Europa. Por mais que, neste momento, os índices do Brasil sejam positivos na comparação com Nicarágua, Venezuela, Cuba e outros países que, historicamente, são dados às formalidades burocráticas e são avessos em termos de relações internacionais", comenta. O pesquisador diz ainda que o país necessita de medidas de desburocratização para facilitar, principalmente, a vida dos pequenos empreendedores.
Fonte: Jovem Pan