A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, deve ser divulgada nesta terça-feira, 28, após o órgão se reunir na terça da semana passada e decidir pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, no mesmo patamar que estava, em 13,75%. Muito aguardado por economistas e especialistas, o documento deve complementar a informação, fornecendo mais dados sobre a trajetória dos juros no país, bem como expectativas de futuro para o mercado. A manutenção da Selic em patamar elevado vem dividindo opiniões. Na semana passada, Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia de 2001, criticaram a situação. Um dia após a manutenção da taxa, o Ibovespa caiu 2%, fechando aos 97 mil pontos, pior patamar da bolsa de valores brasileira desde julho de 2022. Antes disso, uma queda similar na pontuação só tinha sido registrada em novembro de 2020, quando fechou em 97.881 mil pontos. Já o dólar cresceu 1,01% frente ao real, fechando a R$ 5,29. Por outro lado, apesar da situação na bolsa, especialistas como Reginaldo Nogueira, economista sênior do Ibmec, defendem a manutenção do patamar atual da Selic, argumentando consonância com o contexto global e retidão técnica da decisão. Alvo de muitas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo — como o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — Roberto Campos Neto, presidente do BC, agendou uma entrevista coletiva para a próxima quinta-feira, 30, quando deverá comentar a situação dos juros e da inflação no Brasil, articulando a questão com a expectativa do mercado sobre a proposta de reforma tributária e de novas regras fiscais, que vão substituir o teto de gastos.
Jovem Pan