Dino mente ao dizer que não recebeu informes da Abin e minimiza visita à Maré

Audiência do ministro da Justiça na CCJ foi interrompida temporariamente após bate-boca com deputados da oposição

Por Trago Verdades em 28/03/2023 às 16:37:23

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, FlĂĄvio Dino, participa de audiĂȘncia na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara nesta terça-feira, 28, para esclarecer ações após a invasão de 8 de janeiro, em BrasĂ­lia, quando as sedes dos TrĂȘs Poderes foram invadidas e depredadas. A presença do ministro acontece após requerimento apresentado por deputados da oposição. Sobre o episódio, ele negou ter recebido um informe da Abin sobre as movimentações pró-ato e minimizou as acusações de suposta "omissão". Segundo FlĂĄvio, ao ter acesso a "cards" que convocavam à população para os atos, ele achou que "era mentira", mas telefonou aos governadores do Rio de Janeiro, São Paulo e do Distrito Federal. "Os trĂȘs disseram a mesma coisa: "Nós vamos cumprir a Constituição". E a Constituição diz que quem faz policiamento ostensivo de garantia da ordem pĂșblica é a PolĂ­cia Militar. EstĂĄ escrito na Constituição. E quem chefia? Os governadores, eu fui governador", mencionou o ministro.

FlĂĄvio Dino afirma que, após a primeira ligação com Claudio Castro, TarcĂ­sio de Freitas e Ibaneis Rocha, o "diĂĄlogo se intensificou" com os governadores. "E os trĂȘs diziam: "A PM vai fazer a sua parte". O Rio de Janeiro fez, São Paulo fez. No caso de BrasĂ­lia, é pĂșblico e notório que disseram para ele [Ibaneis] uma coisa e aconteceu outra", afirmou o chefe da Justiça e Segurança PĂșblica, exaltando falhas das ações no Estado. "A PolĂ­cia Militar do Distrito Federal não cumpriu o que estava escrito no planejamento", completou. Dino também desmentiu a informação de que estaria assistindo à invasão da Praça dos TrĂȘs Poderes da janela do Ministério da Justiça, e disse ter sido avisado por telefone. "Onde estĂĄ a omissão, não posso descumprir a Constituição e a lei", acrescentou.

Outro assunto abordado pelo ministro foi sua visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, também tema de requerimento apresentado por deputados da oposição. Sobre o episódio, e as alegações de que teria se encontrando com membros de uma organização criminosa, FlĂĄvio Dino afirmou que o requerimento é "esdrĂșxulo" e uma tentativa de criminalizar a população mais pobre. "Como se fossem todos criminosos e não são Isso é preconceito contra quem mora em bairro popular e tenho obrigação como ministro de reagir frente a esse ataque", mencionou. O ministro disse ter recebido o convite para participar de uma audiĂȘncia pĂșblica na comunidade e que havia avisado a PolĂ­cia Militar e a PolĂ­cia Civil do Estado por meio de ofĂ­cio. "Recebi o convite e quero dizer que jĂĄ recebi outros e espero outros tantos e a todos os convites similares que receber irei, porque não é favor, é dever. (?) Na próxima vou convidar os deputados e deputadas, porque quero crer que não é todo mundo que tem medo das comunidades mais pobres do Brasil", concluiu.

O ministro do governo Lula também falou sobre armamento e respondeu a perguntas dos parlamentares presentes. No entanto, as explicações dele chegaram a ser interrompida duas vezes por falas sobrepostas de outros deputados e uma briga entre polĂ­ticos da oposição e membros da base governista. O ministro respondia a perguntas feitas pelos presentes sobre ter acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) e acusado sete parlamentares por fake news disseminadas em relação a sua visita ao Completo da Maré.

Fonte: Jovem Pan

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