"Juros continuam altos", afirma Lupi após diminuir teto da taxa para crédito consignado

Declaração vem após Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovar o teto de 1,97% para serviço; vontade de governo era de manter patamar de 1,7%

Por Trago Verdades em 28/03/2023 às 17:37:27

YURI MURAKAMI/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Mesmo baixando as taxas máximas de juros para o crédito consignado para aposentados do INSS e pensionistas da previdência social de 2,14% para 1,97%, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, considerou que o percentual continuava alto. Inicialmente, o governo havia proposto que a taxa fosse de 1,70%. Contudo, a insatisfação do setor bancário fez com que a pasta voltasse atrás. "Recuamos no que queríamos para o teto de juros do consignado pela pressão que bancos fizeram. Considero que juros continuam altos", afirmou o ministro. O recuo veio após oito bancos decidirem suspender o serviço após o anúncio da taxa a 1,70%. Entre as instituições que comunicaram clientes e o mercado sobre a mudança estão Bradesco, Santander, Itaú, Mercantil do Brasil, Pagbank, Daycoval, Bem Promotora e PAN. As empresas se posicionaram de forma crítica à medida. "O setor financeiro já havia se manifestado – e agora reitera a posição – junto ao Ministério da Previdência, INSS e a outros interlocutores no governo, afirmando que, neste momento, considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado", disse em nota a Febraban.

"Há preocupação de que os baixos tetos estabelecidos afetem de maneira relevante a oferta de crédito, de modo que este público seja obrigado a migrar para modalidades com taxas mais elevadas, como o empréstimo pessoal (taxa média de 5,24% a.m.)", complementou a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Na ocasião Lupi havia declarado que "baixar os juros é a bandeira do nosso governo, e no que depender do Ministério da Previdência, estaremos sempre prontos para ajudar". De acordo com a pasta, oito milhões de beneficiários do INSS possuem algum contrato ativo relacionado ao uso de empréstimos consignados e cerca de 1,8 milhão já chegou ao limite da atualização – de um comprometimento de até 45% da renda. A modalidade do empréstimo consignado é utilizada através de um método de desconto na folha de pagamento ou do benefício governamental. Com isso, as taxas de juros costumam ser mais baixas do que as modalidades de empréstimos não cobradas direto da fonte.

Fonte: Jovem Pan

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