A equipe de defesa de Jair Bolsonaro (PL) realizou a entrega de um terceiro kit de presente recebido pelo ex-presidente, nesta terça-feira, 4, de acordo com o ex-secretĂĄrio de comunicação do governo de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. "A defesa do ex-presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, entregou hoje à tarde, terça-feira, 4, o terceiro kit de presente que ele recebeu em 2019, dentro do prazo estabelecido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-mandatĂĄrio do paĂs, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto", escreveu nas redes sociais. Contudo, a informação ainda não foi confirmada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na semana passada, os advogados do ex-presidente afirmaram que "os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluĂdos no acervo da PresidĂȘncia da RepĂșblica conforme a legislação em vigor". Os representantes do ex-presidente disseram ainda que todos os itens passarão por uma auditoria do TCU. Por fim, a defesa reiterou que todos os presentes recebidos por Bolsonaro estão disponĂveis "para apresentação e depósito, caso necessĂĄrio". Na segunda-feira, 3, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, declarou que existe e possibilidade de que as investigações apontem para o crime de peculato por parte de Bolsonaro. O crime ocorre quando um funcionĂĄrio pĂșblico se utiliza do cargo para adquirir um bem que deveria ser pĂșblico. A pena para a prĂĄtica é dois a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ex-mandatĂĄrio recebeu pessoalmente um estojo contendo um relógio Rolex, abotoaduras, anel, caneta e um rosĂĄrio islâmico quando esteve em Doha, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019. O conjunto ficou em sua posse ao fim do mandato, segundo apurou o jornal. Ainda de acordo com a publicação, o ex-presidente teria ordenado que o conjunto fosse depositado em um acervo privado. O Estadão afirmou, ainda, que existem documentos comprovando a determinação. Em seguida, as joias foram encaminhas ao gabinete da PresidĂȘncia. Na semana passada, Bolsonaro devolveu parte das joias e armas que ganhou de presente da ArĂĄbia Saudita, após o TCU determinar que o ex-chefe do Executivo Federal não poderia ficar com os itens. Um outro conjunto, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi retido pela Receita Federal. O segundo lote seria um presente para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
A PolĂcia Federal intimou o ex-presidente a depor sobre os trĂȘs conjuntos de joias recebidos da ArĂĄbia Saudita na quarta-feira, 5. Quem também serĂĄ ouvido é o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O ex-mandatĂĄrio deve dar explicações sobre a origem e o destino dos itens, que deveriam fazer parte do acervo pĂșblico da PresidĂȘncia da RepĂșblica. Como a Jovem Pan mostrou, a defesa do ex-chefe do Executivo entregou na Ășltima sexta-feira, 24, um dos estojos recebidos pela comitiva do Ministério de Minas e Energia de autoridades da ArĂĄbia Saudita. A devolução, realizada pelo advogado Paulo Cunha Bueno em uma agĂȘncia da Caixa Econômica Federal, em BrasĂlia, aconteceu após o Tribunal de Contas da União (TCU) decidir que apenas itens de pequeno valor e de carĂĄter pessoal devem ser incorporados ao acervo privado do presidente da RepĂșblica.
Fonte: Jovem Pan