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8 de janeiro

Semana do Legislativo terá seis ministros de Lula "na mira" da Câmara; veja agenda

Membros do alto escalão vão responder sobre temas como segurança pĂșblica, legalização das drogas, povos indĂ­genas, escolas cĂ­vico-militares e, principalmente, sobre os atos de 8 de janeiro


Bruno Spada/Câmara dos Deputados, Luis Fortes/MEC, ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

As atividades do Legislativo federal, após o feriado prolongado da PĂĄscoa, começam com membros do alto escalão do governo "na mira" da Câmara dos Deputados. Ao longo desta semana, comissões permanentes da Casa Baixa devem receber pelo menos cinco ministros de Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT). A expectativa é de que os chefes das pastas prestem esclarecimentos a respeito de temas como segurança pĂșblica, transportes, legalização das drogas, povos indĂ­genas, educação e, principalmente, sobre os atos de 8 de janeiro, marcados pela invasão e depredação das sedes dos TrĂȘs Poderes em BrasĂ­lia. A convocação dos ministros para tratar sobre o episódio e seus desdobramentos acontece em meio a articulações de membros da oposição para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a possĂ­vel omissão e conivĂȘncia de autoridades, bem como atos de indivĂ­duos em diferentes esferas pĂșblicas, o que pode envolver membros do governo local do Distrito Federal e do Executivo.

O primeiro ministro esperado para se apresentar à Câmara é novamente o chefe da Justiça e Segurança PĂșblica, FlĂĄvio Dino (PSB-MA). Ele deve participar na terça-feira, 11, de uma sessão na Comissão de Segurança PĂșblica e Combate ao Crime Organizado, presidida pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS). Essa serĂĄ a segunda ida de Dino a uma comissão da Câmara desde o inĂ­cio do governo. Na semana passada, o ministro esteve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde também falou sobre os atos de 8 de janeiro, rebatendo as afirmações de que teria recebido antecipadamente um relatório da AgĂȘncia Brasileira de Informações (Abin) a respeito da invasão dos prédios pĂșblicos. Também é esperado que o ministro volte a comentar sobre sua visita ao Complexo da Maré, do Rio de Janeiro, e fale a respeito da invasão de terras. Após acordo, o requerimento do deputado federal Tenente Coronel Zucco foi aprovado como convite, não como convocação. Ou seja, FlĂĄvio Dino não serĂĄ obrigado a prestar todos os esclarecimentos.

Ainda na terça, outra ministra que deve comparecer à Câmara dos Deputados – também na condição de convidada – é Sônia Guajajara (Psol-MA), que chefia a inédita pasta dos Povos IndĂ­genas. O requerimento de autoria do deputado Airton Faleiro (PT-PA), com subscrição da deputada Juliana Cardoso (PT-SP), justifica a presença da ministra citando que "as ações e programas do Ministério dos Povos IndĂ­genas podem ser determinantes para a retomada do setor", o que aponta para um tom mais ameno do encontro na Comissão da Amazônia e dos Povos OriginĂĄrios e tradicionais. Sônia Guajajara deve expor aos deputados os planos e programas do ministério, bem como responder a eventuais questionamentos dos presentes. Em modelo semelhante, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), deve ser ouvido no plenĂĄrio da Comissão de Viação de Transportes na quarta-feira, 12. A expectativa é que também sejam apresentados e discutidos os projetos e as prioridades da pasta em 2023, sob requerimento do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP).

Ainda na quarta, outros trĂȘs ministros devem comparecer à Câmara dos Deputados. Por iniciativa própria, o ministro Luiz Marinho (PT), chefe da pasta do Trabalho e Emprego, vai apresentar o Plano de Trabalho do Ministério para o ano de 2023. A audiĂȘncia com o membro do governo estĂĄ marcada para as 10h na Comissão do Trabalho. Pouco antes, às 9h30, o ministro Camilo Santana (PT-CE) é esperado na Comissão de Educação. Diferente do colega, a presença dele foi convocada por meio de requerimentos dos deputados Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco, que questionam a extinção da diretoria responsĂĄvel pelas escolas cĂ­vico-militares, criada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e o fim do Programa Nacional das Escolas CĂ­vico-Militares. "As escolas pĂșblicas que passaram a ter gestão de militares registraram redução de violĂȘncia", argumenta Bilynskyj no requerimento de convocação, que fala em imputação de crime de responsabilidade em caso de ausĂȘncia sem justificativa adequada. Outros dois convites, dos deputados Pedro Uczai (PT-SC) e Adriana Ventura (Novo-SP), também pedem a presença de Camilo Santana em audiĂȘncia pĂșblica para explicar as prioridades do Ministério da Educação.

O Ășltimo ministro a ser ouvido pelos deputados serĂĄ Silvio Almeida, chefe do Ministério dos Direitos Humanos. Ele deve comparecer à Comissão de Segurança PĂșblica e Combate ao Crime Organizado às 14h, também na quarta-feira, para esclarecer suas declarações sobre a legalização das drogas no Brasil. Em 7 de março, em entrevista à BBC News, o ministro teria sido "claro ao defender e cobrar que o STF julgue uma ação que estĂĄ parada desde 2015 que analisa a descriminalização das drogas", diz requerimento de autoria do deputado Delegado Paulo Bilynskyj. "Entendemos como desrespeitosa a fala do Ministro não somente com a população que acredita na defesa da vida, mas com a própria população que estĂĄ querendo se livrar desse mal", defende o parlamentar no documento. O requerimento, inicialmente apresentado como pedido de convocação, foi aprovado como convite após acordo na comissão. A expectativa é que Silvio Almeida também fale sobre a situação de indivĂ­duos presos pelos atos de 8 de janeiro e responda a questionamentos dos congressistas.

Na semana seguinte, de 17 a 21 de abril, outros trĂȘs ministros também devem comparecer à Câmara a pedido dos deputados federais: Luciana Santos, atual ministra da CiĂȘncia e Tecnologia e Inovação, é aguardada na comissão de mesmo nome, com objetivo de apresentar as ações da pasta; na Comissão de Cultura, a ministra Margareth Menezes é esperada pelos deputados também para falar sobre as perspectivas da sua gestão; e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da PresidĂȘncia, Marco Edson Gonçalves Dias, é esperado na Comissão de Segurança PĂșblica e Combate ao Crime Organizado para falar sobre os ataques de janeiro. Essas convocações e convites apontam para um cenĂĄrio delicado ao governo Lula, principalmente nos temas que envolvem os atos de 8 de janeiro e as declarações polĂȘmicas de membros do governo. Além disso, a situação também demonstra as fragilidades do Executivo – prestes a completar os primeiros 100 dias de atuação – para formação de uma base consolidada que seja capaz de blindar o PalĂĄcio do Planalto e seus ministérios de possĂ­veis ataques da oposição, questionamentos e embates que possam prejudicar a imagem de Lula e a avaliação de seu terceiro mandato.

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