Dólar recua para R$ 5 e Bolsa sobe 4%

O Ibovespa fechou a sessão aos 106.213,76 pontos

Por Trago Verdades em 11/04/2023 às 18:25:21

Divulgação

O desempenho do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) fez com que a bolsa de valores brasileira saltasse 4,29% nesta terça-feira, 11. O Ibovespa fechou a sessão aos 106.213,76 pontos e teve o maior ganho percentual desde o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. A disputa acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro fez o índice subir 5,54% em 3 de outubro do ano passado. Em contrapartida, o dólar fechou o dia em queda de 1,15%, chegando a seu menor valor desde 10 de junho de 2022. A moeda norte-americana foi cotada a R$ 5,007 na compra e R$ 5,008 na venda. No acumulado do ano, a desvalorização do dólar chega a 5,14%. De acordo com especialistas do mercado financeiro, o bom desempenho do real e da bolsa brasileira se deve ao fato do IPCA de março ter mostrado uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro. Além disso, a taxa ficou abaixo da expectativa do mercado.

Co-head de Investimentos da Arton Advisors, Raphael Vieira analisa que a reação do mercado está sendo positiva em relação ao IPCA por causa do crescimento abaixo da média. "A expectativa era de 0,77% e veio um número abaixo disso e menor que o de fevereiro. Ir abaixo da expectativa já é um sinal positivo. O número foi puxado pela redução do preço dos artigos de residência. O grupo de transporte também teve um peso grande, com o aumento da gasolina. O mercado deve olhar de forma positiva, uma vez que o percentual está vindo abaixo da expectativa. Além disso, tivemos o dólar abrindo a sessão em queda, em relação ao real. A expectativa de juros futuros (DI) também está caindo. Ao mesmo tempo, você tem o índice da bolsa subindo", pontua.

Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), complementa que o IPCA de março foi uma surpresa positiva. "Mas o caminho para a convergência da inflação e a ancoragem das expectativas até as metas vigentes, com certeza, não será trivial. Apesar disso, o processo será favorecido pela desaceleração na demanda, motivada pelos efeitos defasados da elevada taxa de juros, que há muito tempo está em terreno contracionista. Também há efeito da deterioração das condições do mercado de crédito. Dependendo do comportamento dos principais fatores de risco para a inflação, é bem possível que a flexibilização monetária possa ocorrer no segundo semestre desse ano", observa.

André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online analisa que o real deve estender os ganhos em relação ao dólar norte-americano, depois que a pesquisa ADP, espécie de prévia do payroll, sugeriu o menor nível de geração de vagas de emprego desde a pesquisa divulgada em novembro. "É importante relembrar que os números da pesquisa ADP têm sido distintos dos resultados oficiais de geração de postos de trabalho nos Estados Unidos, no entanto, a expectativa é de que, finalmente, a economia dos EUA esteja passando por uma acomodação, o que deve dar subsídios para que as moedas não-conversíveis continuem ampliando os ganhos sobre o dólar", destaca.

Fonte: Jovem Pan

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