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Indústria

Levantamento da CNI prevê estagnação da indústria, com variação de apenas 0,1% em 2023

Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria também projetaram crescimento de 1,9% da economia brasileira


Pixabay

Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um crescimento de apenas 0,1% do setor industrial em 2023. No ano passado, o avanço foi de 1,6%. Já a expansão da economia brasileira deve crescer 1,2% neste ano, após alta de 2,9% em 2022. Os dados são do relatório Informe Conjuntural, divulgado trimestralmente pela CNI. A queda da confiança colocou os investimento e as contratações em compasso de espera. Além disso, um dos principais problemas que preocupa o empresariado industrial é o enfraquecimento da demanda, elevado o grau de inadimplência e endividamento das famílias. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que a queda já é percebida no faturamento da indústria. "A gente vê uma atividade industrial desacelerando. A gente tem um mercado de trabalho também desacelerando. Essas taxas de juros elevadas estão tendo seu efeito na inflação e nos preços de forma geral, mas eles seguem elevados. A taxa de juros vem pressionando de forma muito forte o consumo das famílias, que já vêm endividadas desde o ano passado e já haviam reduzido seu consumo", diz Azevedo. Na contramão, a inflação do país atingiu 0,71% em março, desacelerando em relação a fevereiro, quando ficou em 0,84%.

O cenário animou o mercado, com a expectativa de que haja espaço para a queda de juros, aspecto que impacta o consumo da população. Erick de Souza, diretor de uma indústria de embalagens, acredita que os sinais econômicos são positivos para o setor. "O pouco de sinal que nós já recebeu de uma inflação diminuindo já começou a dar um sinal positivo. Isso pode ser um bom sinal para que as autoridades comecem a enxergar que é um o momento de reversão e, com isso, deixar a roda girando. Porque, no momento, estamos com bola de ferro no pé. Situação tributária para ser resolvida, juros altos, isso acaba resfriando o consumo", afirma Erick. Quem também deve ter um 2023 negativo são as contas do setor público, que engloba os governos federal, estaduais, municipais e as estatais. Após superávit primário em 2021 e 2022, a expectativa para esse ano é de déficit. O aumento das despesas e queda das receitas deve levar o governo federal a registrar déficit primário de 1% do PIB em 2023, contra superávit de 0,6% em 2022.

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