O senador Sergio Moro (União-PR) reconheceu que comentĂĄrio sobre suposta compra de habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi uma "brincadeira infeliz". Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan News, nesta terça-feira, 18, o ex-juiz voltou a defender que o comentĂĄrio se referia a uma brincadeira de festa junina e foi feito em tom "totalmente jocoso", mas admitiu a infelicidade da sua fala. "Não sei quem gravou, não sabia que estava sendo gravado. Estava falando sobre prenda para soltar da cadeia de festa junina, era totalmente jocoso. Podem me culpar por ter feito uma brincadeira infeliz, mas era prisão de cadeia de festa junina. Jamais imaginei que poderia inferir uma acusação contra o ministro", disse o senador, que alega ser vĂtima de perseguição. "Quem teria interesse em me indispor com o Supremo? Particularmente, tenho minhas suspeitas mas não vou afirmar. Quem se beneficiaria de um vĂdeo destinado a me indispor com um ministro? Essa pessoa ou essas pessoas é que são responsĂĄveis pela ofensa ao ministro Gilmar Mendes", completou. Sergio Moro também falou em movimento coordenado contra ele e citou falas recentes do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) que considerou "reprovĂĄveis" e estariam conectadas.
"Vejo vĂĄrios sinais disso. Falas do presidente da RepĂșblica reprovĂĄveis, ele não pediu desculpa. Em dois momentos o presidente se reportou a mim de forma inapropriada. (Â ) Estou muito preocupado com os rumos desse governo, a gente vĂȘ uma perseguição a minha pessoa", mencionou. Questionado sobre a sua reação após a denĂșncia da Procuradoria-Geral da RepĂșblica, o senador disse ter ficado "indignado" e "assustado" com a dimensão que o fato chegou. "Pessoas mal intencionadas editaram o vĂdeo, com falas desconectadas, postaram na internet com o claro propósito de me indispor com o Supremo. Fui procurado pela imprensa, disse que eram falas desconexas e não acusei ninguém de um crime. TrĂȘs dias depois, uma denĂșncia açodada da PGR sem que eu sequer tenha sido ouvido", ponderou o senador, alegando que vĂȘ na denĂșncia da Procuradoria um desrespeito ao Senado. "Jamais fiz uma acusação contra o ministro Gilmar Mendes. Tenho divergĂȘncias e jĂĄ sofri calĂșnias da parte dele, mas preferi não entrar nessa briga. Me acusar de calĂșnia como foi açodada, foi um disparate, a liberdade estĂĄ sendo colocada em jogo", completou.
A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denĂșncia contra Sergio Moro por "manifestação caluniosa" contra o ministro Gilmar Mendes. A ação foi apresentada após viralizar um vĂdeo nas redes sociais em que o ex-juiz aparece falando sobre suposta negociação de habeas corpus pelo magistrado. Em pronunciamento, o ex-juiz disse que a denĂșncia não tem base e que a gravação "não revela" acusação contra Gilmar. "Fragmentos do vĂdeo editado e divulgado por terceiros não revelam qualquer acusação contra o Ministro Gilmar Mendes. O Senador Sergio Moro sempre se pronunciou de forma respeitosa em relação ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, mesmo quando provocado ou contrariado", afirma o comunicado, divulgado pela imprensa na segunda-feira, 17. Moro também reafirmou que o vĂdeo foi tirado de contexto e explica que se tratava de uma piada em uma festa junina: "Brincava-se sobre "cadeia" em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de "vender" "habeas corpus" contra "prisão" de festa junina, penso que a denĂșncia é absurda."
Fonte: Jovem Pan