MST desocupa área da Embrapa, mas promete voltar

Atuação do movimento social passou a gerar desgaste na imagem do governo federal, que tem sido conivente com os crimes cometidos p0ela organização

Por Trago Verdades em 23/04/2023 às 10:59:21

EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) concluíram o processo de desocupação de um terreno da Embrapa Semiárido, em região localizada a 712 km de Recife, chamada de Petrolina, desde o fim do último sábado. No total, cerca de 600 famílias deixaram o local após invasão realizada numa ação conjunta chamada de "Abril Vermelho", em que o grupo social passou a realizar marchas, ocupações e vigílias a fim de reivindicar a realização de uma reforma agrária no país. A saída dos militantes passou a ocorrer de maneira gradativa após reunião entre líderes do MST com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Aos manifestantes, o governo federal prometeu realizar um levantamento e mapear as famílias acampadas, a fim de comprar cinco propriedades na região para o assentamento de todos, bem como o envio de lonas e cestas básicas para aqueles que seguem na espera de uma reforma agrária.

Mesmo com as negociações, membros da Esplanada passaram a expor o receio da onda de invasões diminuir o capital político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de desgaste com a sociedade civil. Há um temor de que a avaliação do governo aumente de maneira negativa, principalmente aos olhos do agronegócio, bem como atrase a tramitação de projetos no Congresso Nacional. Na última sexta-feira, 21, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, voltou a criticar as ocupações e invasões que o MST promove em fazendas e propriedades rurais. Dr acordo com o político, há "outras formas de lutar" e reivindicar os direitos sem que a promoção de uma ocupação ocorra. Discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo áreas em que estão se desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o MST e outros movimentos disponham de outras formas de luta, que podem conquistar ainda mais a sociedade para causas importantes como reforma agrária, agricultura familiar e produção de alimentos no nosso país", pontuou.

Fonte: Jovem Pan

Comunicar erro

Comentários