A passagem de Cuca pelo Corinthians pode durar menos de uma semana. Logo após a estreia do treinador, na derrota para o Goiás, pela 2ª rodada do Brasileirão, o técnico chamou o presidente Duílio Monteiro Alves para desfazer o acordo e deixar o clube. A informação foi antecipada pelo comentarista Vampeta, ídolo da Fiel, durante o programa "Bate-Pronto", do Grupo Jovem Pan. De acordo com o ex-jogador, o profissional ficou ainda mais incomodado com as críticas do time feminino. "Temos que ver se o Cuca terá tempo para fazer o trabalho. Ontem, no minuto 87, as jogadoras se manifestaram. Eu moro no Tatuapé e tenho minhas fontes. Ontem, nos bastidores, me falaram que o Cuca chamou o Duílio para desfazer o contrato depois do jogo. Se o Corinthians aceitar Não teremos tempo de ver o trabalho. Isso está dando pano para manga", declarou.
Desde que foi anunciado como novo técnico do Corinthians, na quinta-feira passada, Cuca passou a conviver com críticas de parte da torcida. Nas redes sociais, diversos corintianos relembraram a condenação do treinador por estupro de vulnerável – em 1987, durante uma excursão do Grêmio à Suíça, ele e mais três jogadores da equipe ficaram presos no país europeu sob acusação de terem violentado uma garota de 13 anos. Durante o confronto diante do Goiás, atletas do time feminino do Timão e até o treinador Arthur Elias criticaram a escolha da diretoria. Questionado sobre o tema, em conversa com a imprensa, Duílio não deu sinais de arrependimento, mas respeitou a manifestação das jogadoras. "Corinthians é um clube democrático, é a democracia. É o clube do "Respeita as Minas" e elas têm todo o direito de se posicionar. Estive com elas, conversamos por mais de uma hora e meia (sábado), foi tudo conversado, explicado e elas têm todo o direito de colocar a posição delas", afirmou o cartola.
Oficialmente, Cuca afirma que foi julgado à revelia e nega as acusações. "As pessoas falam que houve um estupro. Houve um ato sexual a vulnerável. Essa foi a pena. A gente vê e ouve um monte de coisas que são inverdades, que chegam a ofender. Eu vou fazer 60 anos daqui a um mês, tenho duas filhas, uma de 32 e outra de 34. Elas nem existiam [quando aconteceu], já era casado com a Regiane e sou casado até hoje. Venho de uma casa onde sou o único homem da casa. Respeitei e respeito todas as mulheres. Nunca encostei o dedo indevidamente em uma mulher. Nunca!", declarou, na apresentação do Corinthians. Em 1989, ele e seus companheiros Henrique e Eduardo foram condenados a 15 meses de prisão e ao pagamento de multa de US$ 8.000 cada um. Considerado cúmplice, Fernando pegou três meses de prisão e multa de U$ 4.000. O quarteto, que se ausentou do julgamento, foi defendido por Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, o Cacalo, que na época era dirigente do Grêmio. Nenhum deles cumpriu a pena.
Fonte: Jovem Pan