Os protestos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorridos nesta terça-feira, 25, durante discurso do petista em Portugal repercutem entre parlamentes e autoridades em Brasília. Durante pronunciamento no parlamento português, o mandatário foi alvo de manifestantes, que seguraram cartazes com frases como "lugar de ladrão é na prisão" e "chega de corrupção". O episódio foi comentado por membros do primeiro escalão do governo, que condenaram os insultos e falaram em "deploráveis atos de grosseria". "[Atos] perpetrados contra o presidente Lula, por grupelho que não respeita os laços históricos e de amizade com o Brasil. Cá e lá, perderam e perderão sempre. Viva a Revolução dos Cravos! Todo o respeito à imensa maioria do povo português", escreveu o ministro da Justiça Flávio Dino, em publicação no Twitter. Também na rede social, o ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, afirmou não estar surpreso com o episódio "abominável" e acusou o partido extrema-direita Chega de ter como pauta a xenofobia e o ódio a brasileiros. "O partido que odeia estrangeiros ser apoiado por brasileiros bolsonaristas que moram em Portugal é o que me deixa perplexo. Se hoje brasileiros podem viver com liberdade em Portugal, devemos isso à Revolução dos Cravos e à democracia. Mais um desvario ilógico do fascismo", afirmou, prestando solidariedade a Lula. "Todo meu respeito ao povo português, que assim como nós brasileiros, conquistou sua democracia graças a décadas de luta. Não voltaremos pro passado", completou.
Entre membros da oposição ao governo, os protestos também repercutiram, mas em sentido oposto. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o "Brasil voltou a ser vergonha mundial". "Uma recepção à altura de sua competência. Os portugueses sabem perfeitamente onde Lula deveria estar", disse o parlamentar. Também filho do ex-mandatário, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), fez postagem semelhante, afirmando que "todos sabem o passado de Lula" e que "as narrativas da esquerda não colaram". Outro membro do Partido Liberal a se manifestar foi o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que falou em "ótima recepção" ao presidente brasileiro.
Fonte: Jovem Pan