Maior feira agropecuĂĄria da América Latina, a Agrishow de 2023 serĂĄ realizada de 1Âș a 5 de maio em Ribeirão Preto (SP). Dias antes de ter inĂcio, uma mudança ocorre em relação ao evento, que é considerado o maior do setor na América Latina: o governo federal anunciou que vai retirar o patrocĂnio do Banco do Brasil.
A instituição financeira, que é controlada pelo governo, ainda consta no site oficial da feira como patrocinador. Dois ministros de Lula, contudo, reforçaram que o patrocĂnio serĂĄ cancelado. Isso porque Carlos FĂĄvaro, titular do Ministério da Agricultura e PecuĂĄria (Mapa) se sentiu "desconvidado" pela organização do evento. Detalhe: os responsĂĄveis pela Agrishow reforçam que o "tapete vermelho" segue estendido para receber FĂĄvaro.
Inicialmente, o anĂșncio da retirada do patrocĂnio pelo Banco do Brasil à feira foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da PresidĂȘncia da RepĂșblica, Paulo Pimenta. Posteriormente, a decisão foi reforçada por MĂĄrcio França, ministro de Portos e Aeroportos.
Decisão de tirar o Banco do Brasil da Agrishow é interferĂȘncia polĂtica, salientam opositores
O cancelamento do patrocĂnio à maior feira agropecuĂĄria da América Latina não repercutiu bem. Economistas e opositores reclamam da interferĂȘncia polĂtica sobre decisões que deveriam, em tese, serem definidas exclusivamente pela diretoria do banco pĂșblico.
Senador pelo União Brasil do ParanĂĄ, Sergio Moro, que integra a Frente Parlamentar da AgropecuĂĄria (FPA), foi direto: "Chama-se autoritarismo a ameaça do governo de cancelar a participação do Banco do Brasil na Agrishow".
A economista Maria Helena também criticou a decisão anunciada por ministros de Lula. "Quer dizer que nossos impostos e as estatais só servem pra financiar o projeto de poder do governo de plantão?", publicou ela em seu perfil no Twitter.
Deputado federal pelo Partido Liberal de São Paulo, Mario Frias destacou como deveria funcionar a operação do Banco do Brasil. Ele ressaltou que a instituição financeira não poderia ser usada para fins polĂticos. "O BB estaria sendo usado para fazer polĂtica? Não seria isso violação da moralidade e impessoalidade administrativa?"
Também deputado federal, mas pelo Partido Liberal do ParanĂĄ, Filipe Barros foi além de sinalizar que "pegou mal" no meio agropecuĂĄrio a decisão anunciada pelo primeiro escalão do governo federal. O parlamentar avisou que providĂȘncias serão tomadas por ele em decorrĂȘncia do uso polĂtico do Banco do Brasil. Ele fala em formalização de denĂșncias ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério PĂșblico. "TrĂĄfico de influĂȘncia", afirmou o deputado.
Revista Oeste