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Selic

"Não podemos ter uma taxa de juros que não controla a inflação", diz Lula, reclamando, sem colaborar para redução da taxa

Em evento de 1º de Maio, o petista voltou a criticar o nível da Selic


DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 10/03/2021

Nesta segunda-feira, 1º de Maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do evento em homenagem ao Dia do Trabalhador organizado pelas centrais sindicais. Em seu pronunciado, ele voltou a criticar a taxa de juros praticada pelo Banco Central e anunciou novas políticas sociais que devem ser implementadas ainda durante o primeiro ano do seu governo. "Não podemos mais viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla na verdade o desemprego porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje", criticou. Lula também afirmou que o governo está estudando outras mudanças nas isenções ao imposto de renda, além do aumento no valor já anunciado. Ele quer excluir da contribuição a renda que o trabalhador recebe sobre o lucro de empresas, dentro do Programa de Participação nos Lucros e Resultados. A previsão é de que a medida seja implementada em 2024. O presidente também indicou que o governo irá anunciar a recriação do programa Farmácia Popular. "A Farmácia Popular vai voltar a existir para que o velhinho não precise pagar pelo remédio", pontuou.

Lula indicou que o governo mandou um projeto de lei em caráter de urgência para garantir equidade salarial entre homens e mulheres. "Não é possível que depois de tantos milênios de existência da humanidade a gente ainda trate como se a mulher fosse um ser inferior. Nós mandamos esse projeto de lei com urgência urgentíssima para que uma mulher que trabalhe em um escritório, em uma fábrica, em um banco, em qualquer atividade, se ela estiver fazendo o mesmo serviço de um homem, ela tenha o direito de receber o mesmo salário que o homem recebe. E tem mais, nós precisamos ser cada vez mais duros contra o assédio contra as mulheres. É uma vergonha a falta de respeito com as nossas companheiras mulheres no local de trabalho, no ônibus, no trem, no metrô, inclusive nas piadas. É importante que a gente veja a mulher como nossa semelhante, igual, com o mesmo direito. E todos nós sabemos que a mulher não é fraca que, em muitas atividades econômicas, ela é muito mais forte, mais corajosa e mais disposta a brigar do que o homem", defendeu.

Na noite deste domingo, 30, Lula anunciou o aumento de R$ 18 do salário mínimo e a nova faixa de isenção do Imposto de Renda durante seu pronunciamento em rede nacional sobre o feriado. Nos próximos dias, o presidente afirmou que vai encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei para que o salário mínimo seja reajustado todos os anos acima da inflação. "Nossa prioridade é recuperar direitos perdidos nos últimos anos e melhorar a vida do povo brasileiro. E essa data tão simbólica voltará a ser um dia de conquistas. Feliz 1º de maio!", acrescentou Lula em sua rede social. O evento, realizado anualmente no Vale do Anhangabaú, reúne representantes de diversas organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. O ato começa às 10h e, além da presença do presidente da República, também devem discursar líderes sindicais, figuras de movimentos populares, parlamentares, ministros, autoridades do governo federal e lideranças partidárias.

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