A Polícia Federal (PF) prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL). A prisão aconteceu nesta quarta-feira, 3, durante a Operação Venire, que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Além de Cid, foram confirmadas outras duas prisões: a do policial militar Max Guilherme e do militar do Exército Sérgio Cordeiro, ambos ex-seguranças ligados a Bolsonaro. Mauro Cid era uma figura próxima à família do ex-mandatário e tinha a confiança do ex-presidente. Filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, Mauro Cid se formou na Academia Militar das Agulhas Negras em 2000, onde também foi instrutor. Em 2018, Cid foi designado para ser o ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu governo. Em 2022, ele foi promovido ao cargo de tenente-coronel. Além de acompanhar Bolsonaro em diversos eventos, como debates, Cid também era responsável por tarefas do dia a dia, como pagamento de contas da família.
No fim do governo de Bolsonaro e começo da gestão de Lula (PT), Cid foi apontado como pivô da demissão do general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército, demitido em janeiro de 2023. Cid vinha sendo acusado de usar e maneira irregular os cartões de crédito corporativos da Presidência durante os quatros anos em que serviu Bolsonaro. Cid, por sua vez, negava as acusações. Como Arruda queria manter a nomeação de Cid para o comando do 1º Batalhão de Ações de Comando (BAC), em Goiânia, a partir de fevereiro de 2023. Como Lula queria a revogação da nomeação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro por causa das acusações, Arruda acabou sendo demitido do governo. No dia 24 de janeiro deste ano, o governo Lula barrou Cid do comando do pelotão.
Outra polêmica na qual Cid está envolvido envolve as joias milionárias vindas da Arábia Saudita. O ex-ajudante foi responsável por articular as tentativas de recuperar os bens retidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. No começo de abril, Cid foi ouvido pela PF no inquérito que investiga o caso. Ele também já foi indiciado pela PF por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente em outubro de 2021, quando Bolsonaro associou falsamente a vacina contra a Covid-19 ao vírus HIV. Segundo as investigações da corporação, o certificado de vacinação de Mauro Cid e de sua família teriam sido alterados no esquema investigado pelas autoridades.
Fonte: Jovem Pan