Estadão, que ajudou a eleger o atual governo, pede cassação de ato de Moraes contra big techs

Jornal disse que ministro agiu muito além dos limites de sua competência: "Não é juiz do debate público"

Por Trago Verdades em 04/05/2023 às 13:50:30

Foto: EFE/ Joédson Alves

Editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 4, pede a cassação da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra big techs.

O juiz do STF mandou a PolĂ­cia Federal ouvir os presidentes de Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo. Isso porque as companhias foram acusadas por um departamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro de impulsionamento irregular de conteĂșdo contra o Projeto de Lei (PL) 2630. Moraes determinou ainda a remoção de textos com o termo "PL da Censura" e obrigou as big techs a abrirem os seus algoritmos.

"HĂĄ graves erros na decisão de Alexandre de Moraes", constata o Estadão. "Em primeiro lugar, ela se baseia em uma profunda incompreensão do papel do JudiciĂĄrio no Estado DemocrĂĄtico de Direito. Nenhum juiz é ĂĄrbitro do debate pĂșblico no paĂ­s, menos ainda com decisões de ofĂ­cio, menos ainda sobre projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Absolutamente descabido, o papel de tutor arvorado pelo ministro do STF agride profundamente a liberdade de expressão e o exercĂ­cio da cidadania."

Adiante, o jornal diz que o inquérito das supostas milĂ­cias digitais "não tem nenhuma relação com as medidas ordenadas por Alexandre de Moraes, que se referem a anĂșncios e textos sobre projeto de lei em tramitação no Congresso". "Ou seja, ao determinar no âmbito desse inquérito a remoção de conteĂșdo sobre o PL 2630/2020 e outras medidas afins, o ministro do STF agiu muito além dos limites de sua competĂȘncia", observa o jornal.

Por fim, o Estadão defende cassar o ato de Moraes, por parte de outros colegas do ministro.


Fonte: Revista Oeste

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