Editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 4, pede a cassação da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra big techs.
O juiz do STF mandou a PolĂcia Federal ouvir os presidentes de Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo. Isso porque as companhias foram acusadas por um departamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro de impulsionamento irregular de conteĂșdo contra o Projeto de Lei (PL) 2630. Moraes determinou ainda a remoção de textos com o termo "PL da Censura" e obrigou as big techs a abrirem os seus algoritmos.
"HĂĄ graves erros na decisão de Alexandre de Moraes", constata o Estadão. "Em primeiro lugar, ela se baseia em uma profunda incompreensão do papel do JudiciĂĄrio no Estado DemocrĂĄtico de Direito. Nenhum juiz é ĂĄrbitro do debate pĂșblico no paĂs, menos ainda com decisões de ofĂcio, menos ainda sobre projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Absolutamente descabido, o papel de tutor arvorado pelo ministro do STF agride profundamente a liberdade de expressão e o exercĂcio da cidadania."
Adiante, o jornal diz que o inquérito das supostas milĂcias digitais "não tem nenhuma relação com as medidas ordenadas por Alexandre de Moraes, que se referem a anĂșncios e textos sobre projeto de lei em tramitação no Congresso". "Ou seja, ao determinar no âmbito desse inquérito a remoção de conteĂșdo sobre o PL 2630/2020 e outras medidas afins, o ministro do STF agiu muito além dos limites de sua competĂȘncia", observa o jornal.
Por fim, o Estadão defende cassar o ato de Moraes, por parte de outros colegas do ministro.
EDITORIAL: "O sr. Moraes não é juiz do debate pĂșblico" – Ao determinar, no âmbito do Inquérito 4.781/DF, a remoção de conteĂșdo sobre o PL 2.630/2020 e outras medidas afins, Alexandre de Moraes agiu além dos limites de sua competĂȘncia (via @opiniao_estadao) https://t.co/H4ExJ0xWhk pic.twitter.com/Eyg40qEFG5
— Estadão ????? (@Estadao) May 4, 2023
Fonte: Revista Oeste