A Volkswagen reduzirá de dois para um turno o funcionamento de suas fábricas em São José dos Pinhais, no Paraná, e Taubaté, no interior de São Paulo. A montadora alemã também vai adotar a suspensão temporária do contrato de trabalho por até quatro meses. As medidas terão início em 1º de junho.
A empresa pretende adequar a produção ao volume de vendas, que está em queda neste ano. As informações são dos sindicatos que representam os trabalhadores nos dois Estados.
Desde fevereiro, a Volkswagen já concedeu sete períodos de férias coletivas em suas quatro fábricas no país. Em comunicados, a montadora informou que as paradas seriam necessárias para manutenção nas linhas de produção e falta de componentes. No entanto, não cita a queda de vendas, mas os sindicatos de metalúrgicos afirmam que a montadora foi impactada pela redução na comercialização de veículos.
A fábrica da Volkswagen no Paraná tem aproximadamente 2 mil funcionários. A previsão do sindicato é que 700 trabalhadores tenham o contrato suspenso.
Com a mudança, a produção de veículos cairá de 500 unidades para 300 unidades ao dia. Inicialmente, a montadora pretendia fabricar 100 mil veículos neste ano, mas com a medida serão 90 mil unidades.
Em Taubaté, a suspensão temporária do contrato de trabalho vai atingir 800 trabalhadores da fábrica. A medida deve durar entre dois e cinco meses.
Entre março e abril, a Volkswagen já tinha dado férias coletivas para 2 mil metalúrgicos, na unidade de Taubaté e na fábrica de motores de São Carlos, também no interior do Estado. Um grupo de 900 funcionários chegou a ficar afastado do trabalho por um mês.
Desde o início do ano, pelo menos 16 fábricas já anunciaram paralisações por falta de componentes. É mais da metade das 27 montadoras associadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No total, o Brasil tem 57 fábricas do setor, que produzem motores, veículos, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Neste ano, houve também três encerramentos de turnos, sem data para retorno.
O primeiro trimestre do ano terminou com vendas de veículos zero quilômetro abaixo do esperado, trazendo preocupação ao setor diante de um cenário de juros elevados, falta de crédito e perda de renda do brasileiro.
Fonte: Revista Oeste