EUA criticam Lula por defesa da ditadura de Maduro

O principal assessor da Casa Branca para a América Latina, Juan González, criticou na quinta-feira 1º as declarações do presidente Lula sobre a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela. O petista afirmou que há uma "narrativa" contra o ditador que não corresponde à realidade.

"Eu vou em lugares que as pessoas nem sabem onde fica a Venezuela, mas sabem que a Venezuela tem problema de democracia, que o governo "não sei das quantas". Então, é preciso que você [Maduro] construa sua narrativa. Eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa é infinitamente melhor do que a narrativa que ele têm contado contra você", declarou Lula na segunda-feira 29 em entrevista coletiva.

Na terça 30, voltou a repetir que havia uma "narrativa" contra Hugo Chávez, o antecessor de Maduro, responsável por implantar o comunismo na Venezuela.

Juan Gonzáles, conforme agências internacionais, declarou que as coisas na Venezuela têm que ser identificadas como elas não. "Podemos ter um debate sobre as políticas de sanções, sobre como promover o diálogo, mas temos que identificar as coisas como elas são", disse o assessor ao ser questionado pela imprensa sobre os comentários de Lula.

Na mesma entrevista, González enalteceu a "coragem" dos presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, por refutarem a defesa de Lula a Maduro. Esses dois presidentes, afirmou o assessor da Casa Branca, lembraram "a todo o hemisfério que há certos princípios pelos quais muitos na região morreram para defender". "E não podemos ver essas questões como relativas, elas são absolutas", declarou o assessor da Casa Branca.

Maduro chegou ao Brasil na noite de domingo e foi recebido com honras militares. Apenas Lula defendeu o ditador. A oposição e a própria imprensa criticaram severamente a proximidade com o governante da Venezuela. Nas redes sociais, a repercussão também foi negativa. E além disso, seguranças de Maduro agrediram jornalistas durante uma coletiva.