Lula admite que não tem força no Congresso; Petista quase perdeu 14 ministérios

"A esquerda toda tem no máximo 136 votos", disse, ao justificar que "tem que conversar com quem não gosta"

Por Trago Verdades em 03/06/2023 às 13:18:44

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O petista Lula admitiu, nesta sexta-feira, 2, que seu governo não tem força no Congresso. Seis meses depois da posse presidencial, o petista não conseguiu construir uma base sólida no Legislativo. O chefe do Executivo disse que só pode contar com, no máximo, 136 votos na Casa — para aprovar matérias simples, ele precisa de 257.

"A esquerda toda tem no máximo 136 votos, isso se ninguém faltar", declarou o petista durante uma visita à Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, São Paulo. "Para votar uma coisa simples, precisamos de 257 votos. E, para aprovar uma emenda constitucional, é maior ainda o número de deputados. É preciso que vocês saibam o esforço para governar. Na quinta-feira, a gente corria o risco de não ter aprovado o sistema de organização do governo. Aí, não precisa procurar amigos. Tem que conversar com quem não gosta da gente."

O Senado aprovou, no prazo-limite, a medida provisória (MP) dos ministérios. A matéria criou 14 pastas para a gestão petista. Contudo, na Câmara, o governo enfrentou uma prova de fogo — adiou ao máximo possível a votação, pois não tinha os votos do centrão.

Além disso, o relatório da MP desagradou em muitos aspectos ao governo, pois, entre outras mudanças, tirou três braços do Ministério do Meio Ambiente e transferiu a demarcação das terras indígenas para a pasta da Justiça — do que ao Ministério dos Povos Indígenas.

Apesar de o governo despejar mais de R$ 1 bilhão em emendas na Casa, os deputados quase reprovaram a MP. Os líderes partidários estavam decididos a reprovar a matéria.

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a tensão se deu em razão da dificuldade do governo em dialogar com o Congresso. Lira teceu duras críticas ao governo Lula e disse que a Casa não se esforçaria mais para ajudar.

Antes de a votação começar, Lira disse que, caso a medida caducasse, a culpa seria do governo. Além disso, que a gestão petista tinha, naquele momento, apenas 130 votos favoráveis.

Coincidentemente, horas antes da votação, o Supremo Tribunal Federal pautou um julgamento contra Lira que pode torná-lo réu por corrupção passiva. Ao final do dia, a Câmara aprovou a MP por 337 votos. O deputado alagoano, contudo, disse que essa seria a última vez que a Casa ajudaria o governo.


Fonte: Revista Oeste

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