A Venezuela deve usar energia e petróleo para pagar a dívida com o Brasil. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 5, pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. De acordo com ele, o país comandado por Nicolás Maduro dificilmente terá dinheiro para quitar o débito. Mercadante esclareceu que os passivos com o BNDES já foram quase integralmente cobertos por meio do Fundo de Garantia à Exportação (FGE). O banco informou que a Venezuela recebeu em contratos de apoio a exportação e serviço de engenharia por parte do BNDES US$ 1,5 bilhão ao longo dos últimos anos. Ao todo, US$ 40 milhões serão indenizados via FGE. O saldo devedor é de US$ 84 milhões. Até agora, já foram indenizados pelo FGE US$ 682 milhões em prestações em atraso da Venezuela. "A economia venezuelana no ano passado cresceu 6%. Vinha de uma recessão muito forte. Em seis anos o PIB tinha caído 75%. Impossível esperar que um país nessa condição e com bloqueio econômico, além da crise do petróleo, pudesse honrar esses compromissos. Acho que agora tem melhores condições e disseram que vão fazer. Importávamos energia deles por Roraima e foi suspenso. Assim que se estabelece, isso pode ser considerado, por exemplo, como pagamento da dívida", comentou o presidente do BNDES, que também destacou o crescimento da economia da Venezuela em 2022. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na semana passada, durante encontro com líderes da América do Sul, que o governo federal vai criar um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela com o Brasil. A partir dessa análise, será organizado a programação de pagamento dos débitos.
Jovem Pan