O desastre social da inflação na Argentina

Os pobres são os mais afetados pelo aumento do custo de vida

Por Trago Verdades em 18/06/2023 às 16:57:54

Alberto Fernández, presidente da Argentina e aliado do presidente Lula | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em maio, a inflação chegou a 114% ao ano na Argentina. De acordo com os números oficiais, o patamar é quase duas vezes maior que no mesmo período de 2022. Gustavo Segré, empresário argentino e analista internacional alerta: "É um desastre social".

Em entrevista concedida à Revista Oeste, Segré comentou que quem tem menos recursos sofre mais com a inflação na Argentina. De acordo com o empresário, a desvalorização do dinheiro argentino aumenta uma "dependência macabra" dos mais pobres com o Estado.

"Por perder 9% de poder aquisitivo por mês, esse segmento fica ainda mais dependente", explicou. "Para o governo, é um negócio fantástico. É a lógica do "eu te ajudo e você continua votando em mim". É um desastre social que faz muito mal à parcela da sociedade que o populismo de esquerda diz defender".

Segundo o analista, a situação é tão grave que o governo do país está perdendo apoio até das classes com menos recursos. "Não existe dinheiro para investir em estrutura e saneamento básico e o pobre que esperava os cuidados do governo se vê desamparado", comentou. "Esse governo prometeu a volta das viagens, do churrasco e da picanha, mas só conseguiu empurrar a Argentina para mais perto do abismo."

Inflação mensal da Argentina em maio

Os números oficiais mostram o aumento de quase 8% no custo de vida dos argentinos em maio, em comparação ao mês de abril. Conforme os dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, que funciona de modo similar brasileiro IBGE, o maior aumento ficou para o segmento formado por habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (11,9%), itens considerados básicos.

O órgão faz a medição por meio de um índice de preços ao consumidor. A segunda alta mais expressiva para a inflação na Argentina no mês de maio se deu para o setor de saúde (9,3%). E a menor foi para educação: 4,9%.

Fonte: Revista Oeste

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