Haddad confirma mudança no sistema de metas da inflação em vigor há mais de 20 anos

Conselho Monetário nacional decidiu substituir o formato atual, de ano-calendário, para meta contínua a partir de 2025; colegiado manteve em 3% alvo para 2026

Por Trago Verdades em 29/06/2023 às 17:33:20

TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, nesta quinta-feira, 29, alterar o sistema de metas de inflação vigente há mais de 20 anos. A partir de 2025, o ano-calendário será substituído pela meta contínua. Com a mudança, na prática, o Banco Central deixa de mirar o índice de inflação do ano fechado para perseguir o índice em um período móvel. A decisão foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de imprensa. Além do chefe da equipe econômica, integram o CMN a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "Eu anunciei ao CMN a mudança no regime em relação ao ano-calendário, conforme já discutido com sociedade. Eu já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão que só se verifica em dois países, dentre os quais o Brasil, adotaremos meta contínua a partir de 2025. Decidimos manter a meta a luz dos indicadores econômicos", disse Haddad.

O ministro da Fazenda afirmou que a meta será definida para um "horizonte relevante", sem calendário fixado, o que, na prática, significa que "você trabalha com 24 meses". "Porque você define uma trajetória de atingimento daquela meta", declarou. Para o chefe da equipe econômica, que obteve carta branca do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para revisar o sistema de metas inflacionárias, não haverá alterações na legislação sobre o tema imediatamente, como na legislação que garante autonomia para o Banco Central, correspondendo apenas a uma mudança no decreto que estabelece regras para a inflação. A proposta é adotar uma meta de inflação "contínua" a partir de 2025 e manter, em 2026, a mesma meta de 3% já vigentes para 2024 e 2025, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos.

Fonte: Jovem Pan

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