Nesta quarta-feira, 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu baixar a taxa básica de juros para 13,25% ao ano. A redução de 0,5 ponto percentual vem após sete altas consecutivas, que culminaram no período mais longo no qual a Selic esteve estacionada desde junho de 2019, quando foi mantida em 6,50% por 10 reuniões, ou quase um ano. A taxa não sofria cortes desde agosto de 2020, quando foi reajustada de 2,25% para 2%. A decisão do colegiado seguiu as expectativas do mercado, que previa que o processo de queda da taxa de juros iria começar em agosto. Contudo, havia incerteza se o corte seria de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p. Esta também é a primeira reunião que contou com a participação de Gabriel Galípolo, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda e braço direito de Haddad, como membro do comitê na posição de Diretor de Política Monetária.
No comunicado, o grupo afirma que a melhora do quadro inflacionário e a queda das expectativas de inflação para prazos mais longos permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária. O Comitê também reforçou a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como a ancoragem das expectativas em torno das metas. Além disso, os membros do Copom avaliaram a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas consideraram ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual em função da melhora do quadro inflacionário.
"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirmou o grupo.
Fonte: Jovem Pan