Por que financiadores escondem valores pagos por palestra de Moraes na Itália?

O evento ocorreu há três semanas, na Universidade de Siena

Por Trago Verdades em 03/08/2023 às 17:03:44

Foto: Ailton Freitas / O Globo

O Fórum Internacional de Direito, evento em que o ministro Alexandre de Moraes deu palestras, calou-se sobre dos custos da viagem do magistrados.

O encontro, que teve a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi promovido pela Escola de Direito da Unialfa, em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (Ibet) e com a Universidade de Siena e a Universidade de Valladolid.

O Fórum Internacional de Direito ocorreu há três semanas, na Universidade de Siena. Desde sua realização, o jornal O Globo entrou em contato com os organizadores e promotores do evento para interpelar se a palestra de Moraes foi paga - e quem a pagou. Nenhuma das instituições respondeu.

Entre as organizadoras está o Grupo José Alves. O conglomerado empresarial é dono do Centro Universitário Alves Faria (Unialfa), que promoveu a palestra na Europa; e da Vitamedic, fabricante de ivermectina, que foi condenada por "danos à saúde" por causa pandemia de covid-19.

O Centro Universitário Alves Faria (Unialfa) | Foto: Reprodução/Redes Sociais

A assessoria do STF informou ao O Globo que não tinha informações e que Moraes não iria comentar o caso. A única a se manifestar foi a Universidade de Valladolid, que afirmou que o magistrado não participou de nenhuma atividade em sua Faculdade de Direito. Comunicou também que não houve pagamento de nenhuma quantia.

O verdadeiro problema da palestra de Moraes na Itália

Moraes ganhou fama como relator do inquérito das "fake news". Há dois anos, o ministro determinou a abertura de um novo inquérito contra o então presidente, Jair Bolsonaro, por supostamente difundir notícias falsas sobre a covid-19.

Na época, Bolsonaro associou a vacinação contra a covid-19 ao risco de desenvolver aids. Ele proferiu as declarações em vídeos publicados nas redes sociais, posteriormente retirados do ar.

A condenação imposta à Vitamedic é em primeira instância, ou seja, é possível que o processo vá para o STF - onde atua o ministro.

Fonte: Revista Oeste

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