O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, garantiu nesta sexta-feira, 4, que a nova política comercial de preços da companhia não afetou o lucro da empresa no segundo trimestre deste ano. A empresa arrecadou R$ 28,8 bilhões, o que representa uma queda de 25% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Também é um valor 47% inferior ao observado no mesmo período de 2022. "Esses excelentes resultados do refino foram obtidos com mais eficiência e menos emissões de gases de efeito estufa. Em junho, por exemplo, foi registrada a melhor marca de intensidade emissão de gases de efeito estufa desde 2019. O mercado vem reconhecendo a solidez financeira e operacional sempre da Petrobras. Recentemente, a agência de classificação de risco Fitch elevou nossa nota de crédito, acompanhando a do Brasil. Isso mostra que a Petrobras está sendo percebida cada vez mais como um investimento seguro e rentável", defendeu Jean Paul Prates.
Ele ainda citou o cenário internacional para explicar a perda no lucro da estatal. Segundo ele, não há qualquer conexão com a nova política comercial da companhia. Prates lembrou que houve queda no preço do barril de petróleo do tipo Brent e também das margens internacionais, especialmente do diesel. Isso atingiu todas as petroleiras mundo afora. Ele destacou que, em termos de fluxo de caixa operacional, enquanto as empresas globais tiveram uma queda média de US$ 5,6 bilhões, a Petrobras teve um recuo médio de US$ 4,9 bilhões. O presidente garantiu que a companhia não está sendo leniente em sua nova política de preços de derivados de petróleo. "Eu vi várias pessoas já tentando atribuir esse resultado à política de preço. Absolutamente desconexa essa linha de raciocínio. Nos tivemos uma queda brutal do Brent quando comparamos com o primeiro trimestre. Nós estávamos com petróleo muito alto e com margens de diesel também extremamente expressivos . Estamos agora em outra situação", completou.
Sob o comando de Jean Paul Prates, a estatal, para fixar os preços dos combustíveis, leva em consideração a demanda no mercado interno e deixa de repassar as oscilações do valor do barril de petróleo no mercado internacional, assim como a cotação do dólar. Era uma promessa de campanha de Lula "abrasileirar" os preços dos combustíveis, como chegou a dizer o então candidato.
Com a mudança, a Petrobras vem operando com defasagem, situação agravada com a escalada das cotações do petróleo na última semana. No segundo trimestre, a receita da estatal caiu 33,4% (para R$ 113,8 bilhões). O indicador que mede a geração de caixa, o Ebitda, recuou 22% (para R$ 56,7 bilhões).
O balanço ainda demonstra que a nova política comercial fez o desempenho da companhia cair nos setores de produção e de venda. Responsável pela produção e venda de derivados, a área de refino teve lucro 8%, o menor desde o período mais crítico da pandemia da covid-19.
A receita com a venda de derivados caiu 17% no período; o lucro da área de refino caiu 87,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a área de exploração e produção, responsável pela extração e pela venda de petróleo, teve queda de 50% no lucro.
A dívida da Petrobras, porém, aumentou no trimestre. A dívida bruta saltou para US$ 58 bilhões, alta de 8,7% em comparação com o trimestre anterior. Segundo a empresa, o aumento foi provocado por contratos de arrendamentos de duas plataformas de produção no pré-sal.
Com informações da Jovem Pan e Revista Oeste