Em julho, o governo federal arrecadou com impostos e contribuições R$ 201,8 bilhões, o que corresponde a uma queda real (descontada a inflação) de 4,2% em comparação com o mesmo mês de 2022, quando o governo de Jair Bolsonaro arrecadou R$ 210,7 bilhões.
Os dados foram divulgados na terça-feira 22 pela Receita Federal. É o terceiro recuo mensal da arrecadação em 2023 e a segunda consecutiva. Em março, a queda foi de 0,42% em termos reais, e em junho, de 3,4%.
De janeiro a julho deste ano, a arrecadação de tributos federais totalizou R$ 1,3 trilhão, o que perfaz uma retração real de 0,39%. Os analistas atribuem essa desaceleração da arrecadação ao menor nível de atividade econômica, à redução do preço do dólar e à cotação das commodities, que impactam o valor de venda do petróleo e dos metais.
Com a arrecadação caindo, aumenta a pressão sobre o governo por medidas adicionais para garantir o equilíbrio das contas públicas. O arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos, depende do aumento das receitas.
Arrecadação federal em julho nos últimos 5 anos
- 2023: R$ 201,8
- 2022: R$ 210,7
- 2021: R$ 196
- 2020: R$ 144,7
- 2019: R$ 175,8
A arrecadação de julho, segundo a Receita
A Receita Federal afirmou que o desempenho na arrecadação em julho de 2023 tem relação com quatro fatores:
- Salários: alta real de 4,68% na arrecadação com contribuição previdenciária em razão do aumento da massa salarial;
- Fundos e JCP: crescimento real de 27,74% na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre fundos de renda fixa, além de alta de recolhimento com juros sobre capital próprio;
- Exportação: arrecadação de R$ 1,07 bilhão em maio com o Imposto sobre Exportação;
- Impostos: reduções de 30,06% com estimativa mensal do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSL).
Revista Oeste