Polícia Federal se recusa a dar segurança para comitiva da CPI do MST em diligência na Bahia

Colegiado deve investigar acusações de trabalho análogo a escravidão e de violência

Por Trago Verdades em 23/08/2023 às 19:49:36

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) negou, nesta quarta-feira, 23, a segurança da comitiva da CPI do MST para a realização de uma diligĂȘncia nas cidades de Prado e Porto Seguro, localizadas na Bahia. Tal atitude pode comprometer a viagem dos parlamentares, que estĂĄ marcada para a quinta-feira 24.

"Essa Casa sempre solicita a segurança da PF", afirmou o presidente da CPI, deputado federal Zucco (Republicanos-RS). "Estamos notificando novamente a PF e informando o ministro da Justiça, FlĂĄvio Dino. Não iremos deixar de fazer a diligĂȘncia. Pediremos novamente a nossa segurança e dos assessores, que estarão conosco."

O ofício chegou durante a sessão de hoje do colegiado. Assinado pelo delegado da PF FlĂĄvio MĂĄrcio Albergaria Silva, superintendente-regional do Estado, o documento informa que não é função da PF fazer a segurança de parlamentares durante qualquer diligĂȘncia.

No entanto, os membros do colegiado alegam que a PF fez a segurança dos parlamentares durante as diligĂȘncias anteriores. Conforme o relator da comissão, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), não é possível afirmar que a diligĂȘncia serĂĄ cumprida, pois a Bahia é o "epicentro" das invasões de terras.

Quando era ministro do Meio Ambiente, Salles foi atacado no Estado e a polícia não reagiu. Na ocasião, os carros oficiais do governo foram depredados por militantes do MST e do Partido da Causa OperĂĄria.

Presidente da CPI do MST procura Lira

Após o término da sessão da CPI, Salles e Zucco foram conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A ideia é pedir que a Depol — Polícia Legislativa — faça a segurança da comitiva caso a PF não recue na decisão.

Para o presidente da CPI do MST, a ação da PF-BA foi "infeliz", mas não contra a comissão de modo pessoal. Segundo Salles, a negativa em dar suporte à CPI se trata de omissão, portanto, é motivo de indiciamento por parte do colegiado.

A viagem à Bahia deve durar até a sexta-feira 25 e deve investigar as acusações de violĂȘncia e de trabalho anĂĄlogo a escravidão por parte de movimentos sem terra. A diligĂȘncia é uma das mais esperadas da CPI.


Fonte: Revista Oeste

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