O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, se reĂșne com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, nesta terça feira, 23. O primeiro encontro formal entre ambos pode significar um novo capĂtulo na relação entre a Justiça Eleitoral e os militares brasileiros. A relação das Forças Armadas com o TSE começou a ficar tensa a partir das crĂticas de Jair Bolsonaro (PL) à segurança do sistema eletrônico de votação. Em um gesto de resposta às manifestações de Bolsonaro, o então presidente do TSE, ministro LuĂs Roberto Barroso, convidou os militares para ajudar na fiscalização do processo eleitoral. Desde então, o vĂnculo entre Forças Armadas e Justiça Eleitoral passou a ser alvo de olhares atentos em BrasĂlia. Entrevistado pela Jovem Pan News, o especialista em direito eleitoral, Alexandre Rollo, explicou que a tensão entre o tribunal e os militares é inédita no Brasil: "Eu não atribuiria essa relação conturbada a um determinado presidente do TSE. Recentemente, passaram trĂȘs ministros presidentes do TSE: Barroso, Fachin e Moraes. E essa relação anda conturbada não só com o atual presidente, mas nas gestões anteriores".
"Atribuo essa turbulĂȘncia a um interesse maior das Forças Armadas, que, até então, não demonstravam grande preocupação com a Justiça Eleitoral e com as urnas eletrônicas, e mais recentemente isso passou a existir", declarou o especialista. Apesar dos imbróglios, Moraes construiu um bom relacionamento com os generais brasileiros nos perĂodos em que foi secretĂĄrio de segurança pĂșblica em São Paulo e ministro da Justiça no governo do então presidente Michel Temer (MDB). Como presidente do TSE, a atual missão do ministro, desde a posse, é desencorajar discursos crĂticos às urnas eletrônicas e amortecer o clima entre os poderes da RepĂșblica até o final de outubro.
*Com informações da repórter MarĂlia Sena
Fonte: Jovem Pan