O que Barroso e Fux pensavam sobre a Lava Jato

Ministros do STF afirmaram que a operação revelou a "corrupção institucionalizada" e que "anulações formais não apagam a corrupção"

Por Trago Verdades em 11/09/2023 às 12:09:03

Ministro Luiz Fux e ministro Roberto Barroso durante sessão do STF. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Em 15 de junho de 2020, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Lava Jato revelou a "corrupção institucionalizada e entranhada na estrutura do Estado".

O vídeo, de uma entrevista ao programa Roda Viva, voltou a circular nas redes sociais, nesta semana, depois de Dias Toffoli anular provas da operação obtidas a partir de delações da Odebrecht.

De acordo com Barroso, a Lava Jato não criminalizou a política, como seus detratores a acusam. "O que aconteceu na Petrobras, na Eletrobras, na Caixa Econômica Federal, no crédito consignado e nos fundos de pensão foram crimes", constatou. "Houve gerente devolvendo R$ 180 milhões. Não é possível alguém achar natural. Isso não é política."

Além disso, conforme Barroso, os melhores advogados do país encontraram pouca coisa errada para desacreditar a operação. "Ela mudou o Brasil", afirmou o juiz do STF. "A Lava Jato ajudou a desvendar e a mudar a cultura de impunidade no país."

Assista ao trecho da entrevista com Barroso

A entrevista com Barroso ocorreu um ano depois de a Vaza Jato vir à tona. A apresentadora do programa interpelou o magistrado sobre a percepção dele sobre a força-tarefa, depois de os diálogos entre o então juiz Sergio Moro e o então procurador Deltan Dallagnol serem publicados na velha mídia.

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Para Luiz Fux, houve roubalheira

O ministro Luiz Fux, então presidente do Supremo Tribunal Federal, discursou em solenidade pelos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, em Belém, no dia de junho de 2022. "Ninguém pode esquecer o Mensalão, a Lava Jato", disse ele. "Tive a oportunidade, nesses 10 anos do Supremo Tribunal Federal, de julgar casos referentes à corrupção que ocorreu no Brasil. Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no Mensalão, na Lava Jato", disse. Fux afirmou ainda que as anulações formais de investigações não apagam a corrupção. "Muito embora tenha havido uma anulação formal, das aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros. Não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu US$ 98 milhões e confessou, efetivamente, que tinha assim agido". O ministro se referia aos milhões relacionados ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

No trecho do discurso em Fux citou os casos de corrupção como o Mensalão, ele defendeu a importância dos tribunais de contas no Estado Democrático de Direito. "O Tribunal de Contas como uma instituição essencial ao Estado de Direito, como o nosso. Em um país em que não há um tribunal de contas, cria-se uma tempestade perfeita entre os gastos públicos e a ausência de controle, ausência de transparência. Essa tempestade perfeita tem um nome, chama-se corrupção", disse Fux.

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Com informações da Revista Oeste e Jovem Pan


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