Presidente da Câmara dos EUA pede início de processo de impeachment contra Joe Biden

O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, lançou nesta terça-feira, 12, uma campanha pelo impeachment de Joe Biden.

McCarthy orientou o Comitê do Congresso a trabalhar pela destituição do presidente norte-americano. O deputado citou negócios que envolvem um dos filhos do presidente, Hunter Biden.

O presidente da Câmara disse que aquele encontrou uma "cultura de corrupção" entre familiares de Biden, As acusações dos republicanos se referem ao período em que Biden ocupou a Vice-Presidência, entre 2009 e 2017.

Na época, segundo McCarthy, o democrata obteve lucros com os empreendimentos comerciais estrangeiros de Hunter, conforme informou a agência Reuters.

Hunter também é acusado de não pagar impostos de 2017 a 2018 e de comprar e portar ilegalmente uma arma sob efeito de drogas neste período.

A iniciativa de McCarthy, de acordo com a análise da agência, acarretará um esforço improvável para destituir o presidente democrata.

A iniciativa divide até os republicanos, já que desviaria a atenção dos deputados e prejudicaria a tentativa de dissidentes republicanos pressionarem o governo por causa dos gastos. A intenção seria até causar uma paralisação da administração federal.

McCarthy, porém, busca enfraquecer Biden, turbinando a corrida presidencial de 2024, na qual o ex-presidente Donald Trump busca se recuperar da derrota para o atual presidente e retomar o cargo na Casa Branca.

Em coletiva no Capitólio, McCarthy destacou que "há alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção" e que elas "merecem uma investigação mais aprofundada por parte da Câmara dos Representantes".

"É por isso que hoje estou orientando nosso Comitê da Câmara a abrir um inquérito formal de impeachment contra o presidente Joe Biden."

Republicanos têm maioria na Câmara dos Deputados, mas não controlam o Senado Norte-Americano

Porta-voz de Joe Biden rebate as acusações contra o presidente| Foto: Adam Schultz/Casa Branca

Para a abertura de um processo de impeachment na Câmara Norte-Americana, são necessários os votos de 218 deputados, que formariam a maioria dos 435 congressistas do órgão.

O Partido Republicano de McCarthy tem 222 cadeiras na Casa Baixa, a Câmara dos Deputados. Se aprovado, o processo segue para o Senado, onde são necessários dois terços dos votos para a aprovação. No Senado, porém, conhecido como a Casa Alta, o Partido Democrata tem o controle, com 48 senadores e outros três independentes, contra 49 republicanos.

Em julho, Hunter Biden se declarou inocente, depois de um acordo com a promotoria norte-americana ter sido recusado pela juíza federal responsável pelo caso, Maryellen Noreika. O acordo tinha como proposta ele se declarar culpado para cumprir a pena em liberdade.

Já o atual porta-voz da Casa Branca, Ian Samms, rebateu, nesta terça-feira, 12, as acusações de McCarthy e criticou a tentativa do republicano de abrir o processo de impeachment.

"Os republicanos da Câmara estão investigando o presidente há nove meses e não encontraram nenhuma evidência de irregularidade", disse Samms. "Seus próprios membros do Partido Republicano disseram isso. Ele [McCarthy] prometeu realizar uma votação para abrir o impeachment. Agora ele fracassou, porque não tem apoio. Isso é a pior política extrema."