Ministro da Defesa de Lula joga tese de golpe por água abaixo

Opinião de José Múcio é oposta à do governo e à do STF

Por Trago Verdades em 28/09/2023 às 18:50:05

Presidente Lula e José Múcio, ministro da Defesa. Foto: Divulgação Lula/Ricardo Stuckert ... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/politica/mucio-continua-no-ministerio-da-defesa-reforca-lula-c

O ministro da Defesa, José MĂșcio, jogou por ĂĄgua abaixo a teoria de que os atos de vandalismo do 8 de janeiro, em BrasĂ­lia, seriam uma tentativa de golpe de Estado, orquestrada pelas Forças Armadas.

Durante entrevista à CNN Brasil, na quarta-feira 27, MĂșcio qualificou a manifestação na Praça dos TrĂȘs Poderes como "baderna". A opinião é oposta à do governo Luiz InĂĄcio Lula da Silva, à do Supremo Tribunal Federal (STF) e à do consórcio de imprensa.


"Todos os golpes que vocĂȘ vĂȘ, na história, vão as Forças Armadas na frente e o povo vem apoiando, atrĂĄs", observou MĂșcio, no programa WW, com William Waack. "O que aconteceu no 8 de janeiro? Uma absoluta baderna, patrocinada por alguns irresponsĂĄveis."

"Ali havia senhoras e pessoas jovens, que queriam visitar o planalto"

O ministro disse que "não havia nenhuma liderança, nenhuma palavra de ordem" na manifestação. "Era como se agĂȘncias de turismo tivessem convocado desavisados para irem a BrasĂ­lia e fazerem um quebra-quebra", acrescentou.

MĂșcio lembrou da simplicidade dos manifestantes condenados a 17 anos de prisão pela Suprema Corte. "Quem são eles? Figuras que quiseram ir a BrasĂ­lia", disse. "Assisti a alguns deles naquela noite. Eram pessoas sem a menor expressão. Desculpem-me. Ali havia senhoras e pessoas jovens, que queriam visitar o planalto. Elas foram ao Planalto fazer quebra-quebra, como se pudessem mudar o resultado das eleições."

A lista dos condenados

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Vendedor de algodão-doce no 8 de janeiro, em BrasĂ­lia | Foto: Divulgação/Redes Sociais

Davis Baek, 41 anos, morador de São Paulo, teve a menor pena entre os cinco réus: 12 anos.

A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) denunciou Baek, assim como os outros quatro réus dessa leva, por dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Nilma Lacerda Alves, 44 anos, de Barreiras (BA), Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, 57 anos, de Betim (MG), e João Lucas Vale Giffoni, morador de BrasĂ­lia, tiveram a pena fixada por Moraes em 14 anos.

As duas mulheres são acusadas de destruição no PalĂĄcio do Planalto e o Giffoni, de depredar o Congresso Nacional. Todos eles foram considerados culpados de todos os crimes de que foram acusados, segundo o ministro Alexandre de Moraes.

A pena mais alta foi aplicada a Moacir José dos Santos, 52 anos, de Foz do Iguaçu (PR). Inicialmente ele seria julgado presencialmente, mas, a pedido de Moraes, o caso foi para o plenĂĄrio virtual.

Um sexto processo, de Reginaldo Carlos Begiato Garcia, que iria a julgamento junto com os demais, foi retirado de pauta.

Até agora, trĂȘs réus do 8 de janeiro jĂĄ foram condenados pelo STF: dois deles a 17 anos de prisão e um a 14 anos. Esses julgamentos aconteceram no plenĂĄrio fĂ­sico da Corte, e a todos foi imposta uma multa de R$ 30 milhões para reparar danos morais coletivos.

Moraes também defendeu a condenação desses novos cinco réus ao pagamento da multa, a ser paga de forma solidĂĄria.

Fonte: Revista Oeste

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