O PT, partido da vereadora de Cuiabá (MT) Edna Sampaio, defendeu a parlamentar cassada por quebra de decoro parlamentar. Ela é acusada de ter feito "rachadinha" com a verba destinada à sua ex-chefe de gabinete, Laura de Abreu. Documentos obtidos pela Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá mostram que em 2022 Edna recebeu R$ 20 mil em valores transferidos por Laura.
Entretanto, para a vereadora e para o PT, a cassação foi injusta e se configura como violência de gênero. Edna disse que entregou "dossiês sobre as situações de violência política de gênero que vem sofrendo" aos ministros Flávio Dino (Justiça) e Anielle Franco (Igualdade Racial) e ao ouvidor do Ministério dos Direitos Humanos, Bruno Renato Nascimento Teixeira. "Mais uma companheira é vítima de violência política de gênero", diz o PT, em seu site.
A petista foi cassada com 20 votos favoráveis e cinco abstenções na quarta-feira 11. A vereadora afirma que não cometeu nenhum crime e que no processo de cassação não havia provas de apropriação indébita. A parlamentar cassada disse ainda que o dinheiro recebido da ex-assessora foi usado em "atividades do mandato", o que seria permitido pela legislação local.
A ex-vereadora "aponta motivações políticas por trás da perseguição e da violação de seus direitos humanos, à defesa e à honra", informou o site do PT. "A cassação foi um espetáculo programado", afirmou Edna.
Ex-chefe de gabinete confirmou repasses mensais à vereadora petista
Depoimentos à Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá — incluindo o de Laura — demonstraram que a vereadora solicitava o repasse de R$ 5 mil mensais para cobrir despesas de seu gabinete.
"No depoimento da sra. Laura Natasha de Oliveira Abreu extrai-se com muita clareza que o recurso que a mesma recebeu a título de verba indenizatória foi depositado em favor da vereadora Edna Sampaio", declarou o relator do processo de Edna, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania).
Em seu depoimento a petista negou a acusação. "Apenas afirmou que a conta se trata de conta do mandato e transferia todos os meses os valores para conta bancária em nome da vereadora Edna Sampaio, conta essa que nunca tinha acesso", explicou o relator.
Fonte: Revista Oeste