O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se esquivou novamente de questionamentos sobre a possĂvel alteração da meta fiscal de 2024 ao ser abordado por jornalistas nesta terça-feira, 31. Ele também se retratou sobre se recusar a afirmar se a meta seria mantida e se mostrar irritado ao tratar sobre o tema em entrevista coletiva nesta segunda, 30, após reunião com o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT): "Eu não fiquei bravo, é que a jornalista me fez uma pergunta muito dura assim, de uma maneira que eu não esperava. Se me perguntam com educação, eu respondo com educação. Nunca desrespeitei vocĂȘs". A pressão ao redor de Haddad se intensificou após, na Ășltima sexta-feira, 27, o presidente Lula declarar, durante café da manhã com jornalistas, que dificilmente sua gestão vai conseguir garantir que as contas pĂșblicas terminem o ano de 2024 com déficit zero, meta prevista no Projeto de Lei OrçamentĂĄria Anual (PLOA). Durante a coletiva, Haddad se mostrou otimista, declarou que o governo tentarĂĄ buscar o melhor desempenho possĂvel, mas evitou dar qualquer resposta direta sobre o assunto.
Ao ser questionado novamente nesta terça sobre a possibilidade de mudança da meta fiscal para o próximo ano, Haddad riu e não respondeu. O ministro da Fazenda se reĂșne novamente com o presidente Lula durante encontro dos membros do Conselho PolĂtico da Coalizão, que é composto por ministros, lĂderes de bancada e presidentes de partidos da base aliada. Haddad confessou, nesta segunda, a hipótese de antecipar medidas arrecadatórias para 2024. "O meu papel é buscar o equilĂbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo, não é por pressão do mercado financeiro, acredito que Brasil depois de dez anos precisa voltar a olhar para contas pĂșblicas", afirmou. O chefe da Fazenda ainda defendeu que o presidente não estĂĄ sabotando a meta de zerar o déficit em 2024: "Não hĂĄ por parte do presidente [Lula] nenhum descompromisso [com a meta fiscal]. Pelo contrĂĄrio, se não estivesse preocupado com situação fiscal não estaria pedindo apoio da equipe econômica para orientação do Congresso", pontuou.
Durante a coletiva Haddad seguiu não respondendo diretamente os questionamentos a respeito da meta fiscal de 2024 e se retirou do recinto após uma jornalista tentar questionĂĄ-lo sobre o Banco Central (Banco Central). O clima de tensão simboliza o desafio da execução do PLOA de 2024, medida que tem como principal objetivo garantir que as contas pĂșblicas terminem o ano com déficit zero, ou seja, que os gastos sejam iguais à arrecadação. Para conquistar esse objetivo, o governo conta com aprovação de algumas medidas que tramitam no Congresso, como a taxação das offshores e dos fundos fechados, conhecidos como super-ricos.
Fonte: Jovem Pan