A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira, 1º, a abertura de um inquérito para investigar o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suposta prática de "rachadinha". O encaminhamento foi assinado pela sub-procuradora Ana Borges. No pedido, ela afirma que é necessário esclarecer se o parlamentar se associou a assessores com o fim específico de cometer crimes contra a administração pública. A assessoria de Janones declarou que recebe a notícia com "alegria" e fala em "pressa" para esclarecer o caso. "Ele recebeu com extrema alegria a notícia. Ninguém tem mais pressa do que ele que isso seja esclarecido. Foi a primeira boa notícia desde que isso começou", disse a equipe de comunicação do político mineiro.
O caso veio à tona no início desta semana. Na segunda-feira, 27, um ex-assessor de André Janones divulgou uma gravação onde o deputado pede para sua equipe devolver parte de seus salários para cobrir um déficit de R$ 675 mil em despesas pessoais. A gravação foi feita em 5 de fevereiro de 2019 pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, durante uma reunião com os funcionários recém-empossados. Cefas afirmou que o esquema era mensal e que levaria o material para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e para a Comissão de Ética da Câmara. O deputado Janones tenta justificar o esquema, afirmando que seria "justo" e negando que se trate de corrupção. Segundo ele, o dinheiro não seria utilizado para seus próprios interesses, mas sim para cobrir gastos pessoais com a campanha.
Depois do caso ganhar repercussão midiática, Janones negou a prática de rachadinha e afirmou que a gravação estaria "fora do contexto". "Primeiro de tudo, eu quero dizer a vocês que eu estou quebrando a minha regra de não responder às fake news, como ensino no meu livro Janonismo Cultural a não responder, por uma razão clara: RESPEITO a vocês. Hoje saiu uma matéria, que está sendo espalhada pela extrema-direita, que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz. Pra isso eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi. Aproveito para solicitar que o conteúdo criminosamente gravado seja disponibilizado na integra e não edições manipuladas, postada quase simultaneamente por todas as lideranças de extrema-direita. É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialiade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados. No mais, repito eu NUNCA recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, EU NUNCA fiz rachadinha. Eu toparia abrir mão do meu sigilo bancário e peticionaria em um processo para que isso fosse feito espontaneamente, caso houvesse um processo, mas não há. Eu não tenho o que esconder", diz a íntegra da nota.
Fonte: Jovem Pan